Interrogatório acabou. Suspeitos da morte de Jéssica irão conhecer medidas de coação no sábado

CNN Portugal , com Lusa
24 jun 2022, 21:33
Esmeralda Justo, uma das mulheres suspeitas da morte de Jéssica Biscaia (Lusa/Tiago Petinga)

Amanhã de manhã  apenas vão estar presentes os advogados numa sessão que começa às 10h. Os arguidos só serão presentes a tribunal à tarde para ser lida a medida de coação

O interrogatório desta sexta-feira já terminou e os suspeitos da morte de Jéssica - a mulher que primeiramente foi descrita como ama, o marido desta e a filha de ambos - vão continuar a ser ouvidos pelos juízes do Tribunal de Setúbal no sábado.

No interrogatório desta sexta-feira, falou Ana Cristina e também o companheiro Justo. Os dois não confessaram os crimes de que são acusados. Ana Cristina Justo negou todas as imputações e a filha, Esmeralda, não quis prestar declarações. 

Amanhã de manhã  apenas vão estar presentes os advogados numa sessão que começa às 10h. Os arguidos só serão presentes a tribunal à tarde para ser lida a medida de coação.

Em declarações aos jornalistas pelas 21:30, a secretária do Tribunal, Carla Gaio, disse que “o interrogatório judicial foi interrompido” e que os arguidos já tinham abandonado o edifício, regressando no sábado de manhã, pelas 10:00.

Carla Gaio acrescentou ainda não estar autorizada a dar mais nenhuma informação.

Fonte do Conselho Superior de Magistratura adiantou, entretanto, à agência Lusa que os arguidos foram ouvidos já hoje em primeiro interrogatório judicial e “não vão falar mais amanhã [sábado]”.

“Os trabalhos vão ser retomados amanhã [sábado] a partir das 10:00 apenas para requerimentos e promoções e as medidas de coação deverão ser conhecidas por volta das 15:00”, acrescentou.

Os três detidos suspeitos pela morte de uma menina de três anos na segunda-feira, um homem e duas mulheres, entraram no Tribunal de Setúbal pelas 17:35, para serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial.

Os três suspeitos estão detidos desde quinta-feira. As detenções assentam nos crimes de homicídio qualificado, rapto, extorsão, ofensas à integridade física e omissão de auxílio (ou até negligência). Segundo disse a mãe de Jéssica à Polícia Judiciária, as agressões à filha eram uma forma de pressão sobre ela para que entregasse o dinheiro que alegadamente tem em dívida com Ana Cristina Justo, a 'falsa ama'. Contou mesmo às autoridades que, quando ligava para o casal para saber notícias de Jéssica, estes punham a criança ao telefone a chorar, agredindo-a naquele momento. Jéssica seria torturada para que a mãe ouvisse e, assim, fizesse o pagamento exigido

Jéssica, de três anos, morreu na segunda-feira por alegados maus-tratos. A criança esteve cerca de cinco dias em casa de Ana Cristina Justo, primeiramente descrita como sua ama, e quando a mãe a foi buscar a criança apresentava sinais de agressões - ferimentos na cara e no nariz e vários hematomas em várias partes do corpo -, que foram justificados pela 'falsa ama' com a queda de uma cadeira. Perante o agravamento do estado da criança, a mãe acabou por chamar o INEM e a menina foi assistida por uma equipa de emergência médica, mas acabou por falecer no hospital. O óbito foi declarado ainda na segunda-feira à tarde.

A menina de três anos estava referenciada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco. A CPCJ diz que não é possível prever tudo e aponta o dedo ao sistema dizendo que a referenciação é apenas uma inscrição numa folha de papel. A criança estava também a ser seguida pela Segurança Social. Segundo o Jornal de Notícias, não havia, contudo, processo na CPCJ de Setúbal. 

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