Hospital Dona Estefânia admite “constrangimentos” no internamento de crianças queimadas

Agência Lusa , BCE
24 fev 2022, 19:54
Médico

O hospital disse estar a recorrer a “verbas próprias” para “melhorar as atuais condições e dar início ao projeto e às obras necessárias” no edifício

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) – Hospital Dona Estefânia - assegurou esta quinta-feira que as crianças queimadas estão a receber “tratamento adequado”, apesar de assumir “constrangimentos estruturais”, na sequência de uma denúncia feita pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Segundo uma publicação do SIM no seu site oficial, na quarta-feira, as crianças queimadas estão a ser internadas em dois quartos no fundo da enfermaria de Cirurgia Pediátrica “sem condições de isolamento” e num espaço que “não cumpre as recomendações técnicas para unidades de queimados” da Administração Central do Sistema de Saúde.

O SIM refere que o “tratamento prestado não é condigno deste tipo de doente, pela sua complexidade e risco”.

Em resposta enviada esta quinta-feira à Lusa, o CHULC – Hospital Dona Estefânia - explicou que os “quartos referidos, a par de outros gabinetes, constituem a Unidade de Queimados” e estão inseridos no Serviço de Cirurgia Pediátrica, garantindo “o tratamento adequado” destes doentes, mas reconheceu a necessidade de melhoria das condições existentes.

“Consciente da importância de novas instalações, o CHULC tem solicitado, de forma expressiva, à tutela o reforço de dotação orçamental para fazer face à despesa inerente à concretização do projeto de obra. A concretização do projeto e as dotações necessárias para o efeito têm sido previstas, de forma continuada, no Plano de Atividades e Orçamento do CHULC, não tendo recebido, até ao momento, o necessário deferimento”, admitiu.

O CHULC reiterou estar a recorrer a “verbas próprias” para “melhorar as atuais condições e dar início ao projeto e às obras necessárias” no Hospital Dona Estefânia.

O SIM reportou ainda sobre essas instalações a “inexistência de controlo térmico do ambiente adequado dos quartos de internamento; a falta de condições rigorosas de assepsia; a inexistência de uma banheira adequada para balneoterapia e (…) a impossibilidade da realização de pensos sob sedação”. Nesse sentido, o organismo sindical apelou à criação das “condições necessárias” e à intervenção do Ministério da Saúde.

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