Hong Kong reforça restrições após número recorde de casos diários de Covid-19

Agência Lusa , AM
8 fev 2022, 06:05
Hong Kong vai abater dois mil hamsters com covid-19 (Kin Cheung/AP)

Tal como a China, Hong Kong adotou a estratégia “zero covid” que impõe restrições severas à entrada no território, confinamentos específicos e acompanhamento de casos

A chefe do executivo de Hong Kong anunciou esta terça-feira que a região chinesa vai reforçar as medidas de distanciamento social, depois de registar um número recorde de casos diários de covid-19.

Em conferência de imprensa, Carrie Lam rejeitou a possibilidade de um confinamento total em Hong Kong e garantiu que as autoridades vão continuar a apostar em medidas flexíveis para as diferentes zonas da cidade.

A governante disse que as medidas concretas só irão ser divulgadas mais tarde, após serem discutidas no Conselho Executivo de Hong Kong.

Na segunda-feira, Hong Kong registou um número máximo diário de 614 infeções com SARS-CoV-2 e, de acordo com a emissora pública do território RTHK, a cidade diagnosticou hoje novamente mais de 600 casos positivos.

De acordo com uma fonte citada pelo jornal South China Morning Post, a região vai limitar grupos em restaurantes a duas pessoas por mesa e exigir a apresentação de um novo certificado de vacinação para a entrada em centros comerciais.

Carrie Lam lamentou a baixa taxa de vacinação da população de Hong Kong, sublinhando que mais de metade dos idosos com mais de 70 anos – cerca de meio milhão de pessoas – não foi ainda vacinada.

A chefe do executivo admitiu que as medidas de distanciamento social “acarretam um grande preço económico e social”, mas defendeu que são essenciais para evitar “o colapso” do sistema médico de Hong Kong.

Lam acrescentou que as novas medidas não deverão afetar a escolha do novo líder de Hong Kong, a decorrer em março, uma vez que “é uma eleição pequena em escala, envolvendo apenas 1.500 votantes”.

Tal como a China, Hong Kong adotou a estratégia “zero covid” que impõe restrições severas à entrada no território, confinamentos específicos e acompanhamento de casos.

Desde o surgimento no território da variante Ómicron altamente contagiosa, Hong Kong também reforçou as restrições de viagem, fechou as fronteiras para chegadas de oito países e proibiu passageiros de 153 países de transitar pela região.

A quarentena obrigatória num centro específico e em hotéis para viajantes do exterior foi entretanto reduzida de três para duas semanas.

Ressurgimento da covid-19 afeta abastecimento de supermercados

Os habitantes de Hong Kong deslocaram-se em massa a supermercados e mercados de produtos frescos na segunda-feira, dada a disrupção das trocas comerciais com a China.

De acordo com a Reuters, Hong Kong importa 90% dos seus produtos alimentares, operação severamente condicionada pela restrições que agora entram em vigor.

Vegetais, toalhitas e noodles são alguns dos bens que vão escasseando no território, o que tem levado a um aumento de preços acentuado. "Ainda não sei se (camiões com produtos) podem atravessar a fronteira. Se não, ou os preços vão subir ainda mais ou não teremos nada para vender", afirmou John Chan, comerciante local, à Agência Reuters.

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