Grávida com aborto espontâneo vê negada assistência no Hospital das Caldas da Rainha

António Pereira Gonçalves , (Atualizado às 17:09)
5 ago, 13:00

Os bombeiros chegaram ao local e depararam-se com a mulher dentro do carro “com uma hemorragia abundante, com o feto num saco”

O Hospital das Caldas da Rainha negou, esta manhã, o atendimento a uma mulher que chegou a esta unidade a sangrar e com um feto num saco após ter sofrido um aborto espontâneo em casa. Segundo a TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) apurou, a mulher, de 31 anos, foi atendida meia hora depois, mas só após a insistência dos bombeiros, que evitaram que fosse transferida para a maternidade de Bissaya Barreto, em Coimbra.

Segundo conta Nelson Cruz, comandante dos Bombeiros das Caldas da Rainha, a mulher, que se dirigiu pelos próprios meios para o hospital, não foi de imediato admitida e foi aconselhada a ligar para o 112 mesmo estando às portas do hospital. 

Após vários contactos, os bombeiros chegaram ao local e depararam-se com a mulher dentro do carro “com uma hemorragia abundante, com o feto num saco”, tendo classificado a situação como grave e pedido ajuda ao CODU. Só 30 minutos depois é que a mulher conseguiu ser atendida no hospital.

“Felizmente que a nossa tripulação de ambulância, de socorro, teve consciência e insistiu, insistiu, que o hospital lá entendeu permitir que se fizesse a ficha [de admissão] e receber a senhora”, diz o comandante, que adianta: “o hospital recusou atender essa senhora”.

Contactado pela TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), o Conselho de Administração da ULS do Oeste confirmou que a utente se dirigiu ao Hospital das Caldas da Rainha "pelos seus próprios meios" e que ao chegar "teve conhecimento pelo cartaz afixado na porta da Urgência de Ginecologia/Obstetrícia que esta não estava a funcionar". Presumem depois que esta tenha contactado o 112 e aguardado "na viatura respetiva pelas indicações telefónicas".

Na mesma resposta confirma que "foram acionados os bombeiros" para ir ao encontro da utente e que esta foi admitida de imediato pelas 08:04 da manhã. Negando, por isso, que llhe tenha sido recusada "a sua admissão", nem se registaram insistências de admissão. Para o Conselho de Administração da ULS do Oeste "a utente foi prontamente admitida quando houve conhecimento de que estava a aguardar, a situação mereceu o atendimento necessário e ficou em vigilância".

Também contactado pela TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) confirmou que recebeu "uma chamada pelas 07:21" pedindo apoio para "uma mulher de 31 anos gávida, que se encontrava junto à urgência do Hospital das Caldas da Rainha".

Após uma traigem telefónica foi pedido o apoio dos bombeiros que às 07:33 contactou o CODU para "transmitir os dados da observação realizada no local". Acabando o CODU por ligar para o hospital para que a "utente pudesse ser admitida e avaliada e se determinar se existiam condições para o transporte para Coimbra".

A médica obstetra do Hospital de Coimbra acedeu "em observar a utente" tendo o CODU comunicado essa informação aos bombeiros pelas 07:50. Quase 40 minutos depois foram os bombeiros a informar o CODU que a utente tinha sido admitida.

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