Gigantes tecnológicas arriscam multas recorde com nova proposta europeia

Wilson Ledo | Agência Lusa
24 nov 2021, 13:45
Multinacionais tecnológicas

Eurodeputados querem definir “lista negra” de práticas desleais de empresas como Google ou Facebook

Os eurodeputados querem acabar com as práticas desleais das gigantes tecnológicas, aplicando multas até 20% do volume de negócios anual das empresas incumpridoras.

A posição foi assumida terça-feira pelos membros da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores do Parlamento Europeu, com 42 votos a favor, dois contra e uma abstenção.

Os parlamentares ambicionam criar regras para delimitar o que empresas com o estatuto de “gatekeeper” (isto é, que funcionam como intermediárias de informação) podem fazer ou não na União Europeia, criando uma “lista negra” de práticas. O uso de dados para publicidade direcionada é outra das preocupações definidas.

Entre as empresas sujeitas às novas regras deverão estar motores de busca como a Google, redes sociais como o Facebook ou sistemas operativos como o iOS da Apple. Os eurodeputados antecipam multas “não inferiores a 4% e não superiores a 20%” do volume de negócios ao nível mundial no exercício financeiro anterior.

Em 2020, por exemplo, a Google registou receitas de 181,69 mil milhões de dólares. Num cenário hipotético, em que não cumpriria as novas regras ambicionadas pelos eurodeputados, a empresa arriscar-se-ia a multas recorde, acima dos sete mil milhões.

Processo longo

Serão consideradas como intermediárias de conteúdos as empresas que contem com operação em pelo menos três países da União Europeia e pelo menos 45 milhões de utilizadores. Estas empresas devem ainda ter um volume de negócios anual no Espaço Económico Europeu acima dos oito mil milhões de euros e uma capitalização de mercado de 80 mil milhões de euros.

A posição aprovada na Comissão do Mercado Interno terá de ser ainda aprovada pelos eurodeputados em plenário e negociada depois com o Conselho Europeu.

A Comissão Europeia espera que o novo pacote digital, onde se incluem as limitações às empresas “gatekeepers”, esteja em vigor em meados do próximo ano, tendo em conta o tempo necessário para as negociações.

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