Exclusivo CNN Portugal: Jared Leto irreconhecível na "Casa Gucci"

24 nov 2021, 21:36

No filme de Ridley Scott que chega agora aos cinemas, é difícil reconhecer Leto na encarnação de Paolo Gucci, um dos herdeiros do império da moda de luxo fundado há exatamente um século

Quem viu Jared Leto em “Dallas Buyers Club” (2013) ou em “The Suicide Squad” (2016), não será apanhado de surpresa pela nova transformação física do ator em “Casa Gucci”. A história que se conta é menos sobre a história da Gucci e mais sobre o crime passional que abalou a família nos anos 90. Ainda assim, para Jared Leto, é uma “bela coincidência” estar num filme sobre os Gucci depois de já ter representado a marca em várias campanhas publicitárias. A poucas semanas de fazer 50 anos, o ator (que também é músico) diz-se grato por ter chegado onde chegou e recorda Portugal como o primeiro país onde os Thirty Seconds to Mars venderam muitos bilhetes. Porque levou daqui a fé para acreditar que os sonhos são possíveis, diz que quer voltar em breve, mas igual a si próprio. As transformações, por mais surpreendentes que sejam, ficam para os filmes e só para os filmes.

 

Vê-lo no papel de Paolo Gucci é impressionante. Está praticamente irreconhecível. Esse é o melhor elogio que um ator pode receber do público?

Absolutamente! E obrigado por isso. Fico mesmo agradecido. Sim, é mesmo o melhor elogio, especialmente nestas circunstâncias. Foi um papel transformativo, uma oportunidade… Quis realmente apresentar uma vida. Quis dar à luz este grande, calvo e lindo menino homem.

 E conseguiu.

E conseguimos! Esforçámo-nos muito e aprofundámos um personagem pelo qual estava muito apaixonado.

Ele era um sonhador e, ao mesmo, alguém que sofreu muito pela sua arte. Sendo o artista que é, até que ponto se identifica com isso?

Identifiquei-me muito com o Paolo. Absolutamente! Identifiquei-me com o desejo dele de ser levado a sério como artista, com a paixão dele pela criação e pela partilha da criatividade com o mundo. O conflito que ele tinha com isso tudo e com a família. Havia muito com que me identificar. Todos nós conseguimos provavelmente identificar-nos com o desejo de criar algo especial e partilhar isso com o mundo.

 Até aqui, em Lisboa, já consigo ouvir o burburinho dos prémios à volta do seu nome por causa deste filme…

Isso são apenas as moscas.

Está bem.

São tretas e chocolate, meu amigo.

Está bem.

São coisas muito parecidas… Não, é muito simpático ouvir essas coisas, mas honestamente… Estou bastante satisfeito com o facto do Paolo fazer as pessoas sorrir. Ou rir ou chorar… Se as pessoas virem uma vida real ali e acreditarem… Se passarem tempo com o Paolo, e estiverem naquele teatro e aceitarem aquela nova vida, é o suficiente para mim.

Aparentemente, os herdeiros da Gucci estão preocupados com o retrato da família neste filme. Qual é a sua mensagem para eles?

Bom… Por um lado, talvez eles não devessem ter-se processado uns aos outros tantas vezes… Ou vivido uma vida tão colorida. Talvez não devessem ter sido tão bem-sucedidos. Talvez, se a Patrizia (Reggiani) não tivesse matado alguém… Mas, no fim de contas, a Gucci e a família Gucci são o melhor exemplo do que é possível como família e isso é um grande motivo de orgulho. Eles fizeram algo impossível: construíram uma marca. Começaram a fazer malas, a trabalhar no hotel Savoy… e conseguiram afirmar a sua existência como uma marca, como um império, como uma dinastia. É fácil perceber porque se quis fazer um filme sobre esta família colorida. Por isso…

Já mostrou o seu amor pela moda diversas vezes com a marca Gucci. Agora, está num filme sobre a Gucci. Isso é a sua forma de fechar o círculo?

É de uma certa forma. É uma bela coincidência porque nem sei se o Ridley (Scott) sabia que já tinha trabalhado com a marca quando me ofereceu o papel de Paolo Gucci. Mais ninguém no filme trabalha com a marca. Sou a única pessoa. Penso que algumas pessoas pensam que estou no filme porque trabalho com a marca…

Mas não.

Mas não. Foi só uma coincidência. A Salma (Hayek), da mesma forma, penso que foi perfeitamente escolhida. Adoro trabalhar com a marca Gucci. São um belo grupo de pessoas e, claro, continuam a fazer um trabalho extraordinário. Estou muito orgulhoso de estar no filme que é como a minha carta de amor a Itália com este papel… Sempre tive um amor profundo por aquele país. Tenho apenas muita gratidão, meu amigo. Estou muito grato por estar sentado aqui.

Embora pareça muito mais novo, vai fazer 50 anos no final de dezembro. Como tem sido a sua viagem até agora?

Shhhhhhh! Está a ficar com cortes! Não consigo ouvi-lo. Há um atraso…

Está certo.

 Que idade tem?

Tenho 46.

46?!

Sim, tenho.

C’um caraças! 46 anos, meu amigo. Está a apanhar-me. Parece uma nota de dois dólares. Está muito bem.

Muito obrigado.

Em que cidade está?

Lisboa, Portugal.

Lindo! Sabe, Portugal é um lugar muito especial para nós como banda, Thirty Seconds to Mars. Penso que foi o primeiro lugar onde tocámos numa arena. Foi o primeiro lugar onde vendemos muitos bilhetes. Foi uma coisa linda, o que Portugal nos deu. Aquela fé para continuarmos a fazer o que estávamos a fazer e a acreditar em nós próprios e na concretização dos nossos sonhos. De Sintra a Lisboa, passámos momentos fenomenais aí… Também no Porto. Foram experiências incríveis nesse país. Por isso, muito amor, Portugal… e espero vê-los em breve.

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