Inglaterra pode ser excluída do Euro-2000 O primeiro-ministro inglês afirmou desejar que a ameaça da UEFA de excluir a Inglaterra do Euro-2000 sirva para «chamar à razão» os hooligans que têm causado distúrbios na Bélgica. Mas a UEFA não poupa críticas à actuação do Governo inglês
O primeiro-ministro inglês, Tony Blair, disse hoje em Lisboa esperar que a ameaça da UEFA de excluir a Inglaterra do Euro-2000 seja suficiente para deter os «hooligans».
«Desejavelmente, esta ameaça chamará à razão alguém que esteja tentado a continuar com este vandalismo», afirmou Blair, naquela que foi a primeira reacção do Governo inglês à reunião de emergência convocada esta tarde pela UEFA, na sequência dos incidentes dos últimos dois dias em Charleroi e Bruxelas, que envolveram na maioria adeptos ingleses e dos quais resultaram mais de 900 detenções.
UEFA tece duras críticas ao Governo inglês
Na sequência dessa reunião, que contou ainda com os principais responsáveis da organização do Euro-2000, a UEFA dirigiu-se directamente ao Governo inglês, instando-o a tomar medidas que impeçam a deslocação dos hooligans ingleses àos locais onde se disputa a prova.
A UEFA deixou críticas à actuação do Governo inglês. «Todos os outros governos da competição tomaram medidas para impedir os adeptos perigosos mais conhecidos de viajar, excepto o Governo inglês», afirmou Gerhard Aigner, o director-executivo da UEFA. «O Governo alemão trabalhou durante um ano para impedir os elementos mais perigosos de deixar o país. Agora o Governo inglês deve a todos os implicados a tomada de medidas semelhantes às que foram tomadas noutros pontos da União Europeia.»
Esta situação poderá ter implicações na corrida à organização do Mundial-2006, para a qual a Inglaterra é candidata, tal como a Alemanha. A decisão é no início de Julho e Tony Banks, responsável da candidatura inglesa, mostrou-se já muito preocupado com as hipóteses que o país terá, depois destes incidentes.