«Em dez dias estarei no meu melhor», diz o sportinguista Horvath

17 jul 2000, 16:24

Contente com Portugal mas incomodado com o calor Com a ajuda do tradutor que o tem acompanhado, um dos reforços leoninos promete para breve mais e melhor do que tem feito. Apesar de já estar a agradar.

Pavel Horvath tem dado nas vistas durante o estágio do Sporting. No jogo de ontem (domingo) frente ao Rio Maior deixou boas indicações durante os 45 minutos que passou em campo. 

O internacional checo diz que no primeiro quarto-de-hora andou à procura de si próprio, tendo-se então encontrado «durante a restante meia-hora». 

Auxiliado pelo tradutor que o tem acompanhado desde que chegou a Portugal, Horvath deixou no entanto a promessa melhores actuações: «Com o decorrer dos jogos tenho a certeza de que melhorarei. Nos próximos dez dias penso atingir o meu máximo e ficar em boa forma.» 

O checo diz estar «a gostar muito de Portugal», mas aponta o calor como «um problema ao qual não estava habituado». 

De resto, a adaptação vai correndo devagar, com a língua no papel de principal obstáculo: «Dentro de campo já não tenho problemas, pois aprendi algumas palavras que se utilizam em jogo. No balneário é que tenho dificuldades, ainda não consigo falar com os meus colegas. Brinco com eles, eles brincam comigo, já deu para ver que temos um boa grupo, sinto-me bem, mas a comunicação é uma barreira.» 

Uma barreira que Horvath, contudo, tenta ultrapassar o mais depressa possível. Francisco Pereira, o tradutor, aproveita o que aprendeu enquanto estudou na antiga Checoslováquia para agora ajudar o jogador: «O Pavel está com uma vontade enorme de aprender português. Depois do almoço procura-me e diz "vamos a mais uma lição", depois do jantar a mesma coisa...» 

«Vim logo porque tinha saudades do futebol» 

Horvath é pouco dado a auto-avaliações - «Prefiro que sejam os outros a dizer como sou, mesmo que seja dizer mal, para poder melhorar» - e deposita nas mãos de Augusto Inácio a responsabilidade de o colocar no lugar que melhor entender: «Jogo em qualquer posição. O treinador é que tem de dizer o que devo fazer, a partir daí não tenho problemas. Com a quantidade de bons jogadores que há neste plantel não posso nem devo escolher posições em campo.» 

Pouco familiarizado com a realidade do Sporting, o médio checo afirma que o conhecimento que tem do futebol português se limita «ao que via na Eurosport», pelo que «não é muito profundo». Ainda assim, Horvath não deixa de sublinhar ter vindo «para um grande clube, onde actuam grandes jogadores». 

O objectivo principal, claro, é o de «ajudar o Sporting a ser campeão outra vez». Humilde, acrescenta que não foi ele que escolheu Alvalade como destino para dar continuidade à carreira: «O Sporting é que me escolheu a mim! Espero corresponder.» 

Ansioso por «representar a selecção da República Checa na qualificação para o Mundial», Horvath não esconde também que está no Sporting «com vontade de ser titular». 

Entre os sportinguistas que estiveram no Campeonato Europeu, o checo é o único que já trabalha no estágio de Rio Maior. E o facto de não ter chegado a jogar não é o único motivo: «Tive cinco ou seis dias de férias e comecei a ter saudades do futebol. Por isso vim logo para aqui.» 

Na tentativa de se ambientar a Portugal e saber algo mais sobre a língua de Camões, Horvath não podia dispensar a ajuda do companheiro de selecção e futuro adversário do grande rival Karel Poborsky: «Falei-lhe, mas ele estava de partida para a Áustria. Combinámos que quando ele voltar nos encontraremos para conversar um pouco.»

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