Estados Unidos colocam 8.500 soldados em alerta máximo por causa da tensão na fronteira da Ucrânia

24 jan 2022, 19:47

A administração Biden ordenou também a redução do número de funcionários do corpo diplomático americano na capital ucraniana, bem como familiares e todas as pessoas consideradas “não essenciais”

Os Estados Unidos anunciaram esta segunda-feira que 8.500 soldados estão em alerta máximo, tendo em vista a tensão fronteiriça entre Ucrânia e Rússia, anunciou o porta-voz do Pentágono, Jonh Kirby.

A decisão tomada pelo secretário de Estado da Defesa, Lloyd Austin, em resposta a um pedido direto do presidente Joe Biden. No entanto, as autoridades não garantem que não foi tomada qualquer decisão de destacar soldados para o território ucraniano.

Estas declarações surgem pouco tempo depois de as autoridades norte-americanas terem aconselhado todos os cidadãos americanos a abandonar de imediato o território ucraniano, devido a uma possível invasão da Ucrânia por parte do exército russo. 

Nesse sentido, a administração Biden ordenou a redução do número de funcionários do corpo diplomático americano na capital ucraniana, bem como familiares e todas as pessoas consideradas “não essenciais”.

Ainda esta segunda-feira está prevista uma vídeo chamada entre vários líderes europeus e Joe Biden, na qual os norte-americanos esperam conseguir coordenar uma resposta eficaz contra Moscovo. Biden vai participar na reunião que contará com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Segundo a Casa Branca, a videoconferência contará também com os Presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Polónia, Andrzej Duda, com os primeiros-ministros da Alemanha, Olaf Scholz, da Itália, Mario Draghi, e do Reino Unido, Boris Johnson.

A Rússia tem vindo, nos últimos meses, a concentrar tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia – são já cerca de 100 mil soldados – e tem também aí efetuado manobras militares, levando o Ocidente a temer um ataque.

Portugal garante "resposta muito pesada" da UE caso Rússia avance sobre a Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta segunda-feira que a União Europeia está preparada para uma “resposta pesada” à Rússia em caso de agressão militar à Ucrânia, mas sublinhou que o grande objetivo é evitar um conflito armado.

“O nosso objetivo é muito simples: evitar um conflito armado no Leste da Europa, evitar um conflito armado na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Estamos longe de considerar que esteja esgotada a via política e diplomática. Pelo contrário, está em curso e deve ser prosseguida”, declarou Santos Silva, em declarações aos jornalistas após uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, em Bruxelas.

Dominada pela situação de segurança no Leste da Europa, a relação com Ucrânia, “de apoio”, e com a Rússia, “a evoluir negativamente desde 2014”, a reunião dos 27 contou também com a participação, por videoconferência, do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, “muito importante para coordenar posições” e que “revelou bastante bem” a convergência de pontos de vista entre União Europeia e Estados Unidos, apontou o ministro.

Recordando os princípios da inviolabilidade das fronteiras, a soberania e a integridade territorial dos Estados, interdição do recurso à força, assim como o direito soberano de cada Estado escolher as suas próprias alianças e os seus próprios parceiros, o chefe da diplomacia portuguesa reiterou que “qualquer violação, por parte da Rússia, da soberania e da integridade territorial da Ucrânia terá uma consequência pesada, porque motivará uma resposta, no caso da UE uma resposta muito pesada em termos políticos e económicos”.

“E nós estamos preparados para essa resposta caso seja necessária”, disse, reafirmando, todavia, que o grande objetivo de todos é “evitar qualquer agressão” e desse modo uma “crise grave de segurança na Europa”, pelo que é necessário trabalhar nos canais político e diplomáticos, mas também reforçando a capacidade de dissuasão.

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