Rose Harvey, maratonista da equipa da Grã-Bretanha, completou a maratona feminina nos Jogos Olímpicos de Paris com uma perna partida, revelou a própria nas redes sociais.
Numa publicação feita no Instagram, em que Harvey aparece de muletas na estação de comboios de St. Pancras International, em Londres, a jovem de 31 anos explicou que algumas semanas antes da prova de 11 de agosto desenvolveu uma “rigidez” na anca.
“A minha equipa incrível e eu esforçámo-nos muito para estar em forma e saudável na linha de partida e estávamos otimistas de que, com um pouco de adrenalina no dia da corrida, eu seria capaz de correr a corrida que tinha [idealizado] para mim”, escreveu Harvey.
No entanto, depois de alguns quilómetros, Harvey “rapidamente” percebeu que isso “não iria acontecer”. E descreve os 24 quilómetros finais da prova como uma “batalha dolorosa”.
A atleta britânica terminou a prova em 78º lugar na classificação geral, com um tempo de 2:51:03, a pouco mais de 28 minutos da vencedora do ouro, a neerlandesa Sifan Hassan.
E, de acordo com Harvey, os exames realizados depois da corrida mostram que tem uma fratura no fémur por stress.
“Em qualquer outra corrida, eu teria parado e houve tantos momentos em que pensei que não conseguiria dar mais um passo. As descidas foram um inferno”, contou.
“Mas apesar de a maioria dos meus objetivos de corrida terem escapado, ainda havia uma pequena parte do meu sonho olímpico que eu poderia manter - e era terminar a maratona olímpica. Eu não posso desistir. Ficava a dizer a mim mesma para sorrir, absorver a energia das multidões incríveis e simplesmente colocar um pé à frente do outro. Foi de partir o coração”.
Harvey só começou a correr seriamente durante os confinamentos da pandemia de covid-19, depois de ter sido despedida do seu emprego como advogada corporativa na indústria musical. Harvey foi vista a correr no Battersea Park, em Londres, em 2020, pelo treinador Phil Kissi e rapidamente viu melhorias rápidas no seu desempenho.
A britânica foi selecionada para correr pela equipa da Grã-Bretanha nos Jogos de Paris após completar a Maratona de Chicago de 2023 em 2:23:21, apenas 26 segundos atrás do recorde olímpico de Hassan em Paris.
Apesar de ter passado por um período conturbado em Paris, Harvey diz que levará consigo a experiência de participar nos Jogos Olímpicos que decorreram na capital francesa.
“Fazer parte das Olimpíadas é algo que nunca esquecerei e poder partilhar a corrida com tantos amigos e familiares incríveis significou muito para mim”, escreveu na rede social.
“Não posso agradecer o suficiente à minha equipa por me trazer até aqui - por me tornar uma atleta olímpica. Foi uma época louca e sou grata por tudo isso. Este é apenas mais um capítulo da história”.
