Um juiz de Washington decidiu as ações de Trump no dia 6 de janeiro de 2021 eram "atos não oficiais" que "estavam inteiramente relacionadas com os seus esforços para permanecer no cargo por um segundo mandato", o que não se enquadra no alcance da imunidade presidencial
Donald Trump pode ser processado pelo seu papel no ataque ao Capitólio dos EUA pelos seus apoiantes, decidiu um juiz na sexta-feira, determinando que o republicano não goza de imunidade presidencial neste caso.
O ex-presidente é alvo de várias ações judiciais de autoridades eleitas e policiais que o acusam de ser diretamente responsável pela violência perpetrada pelos seus apoiantes quando invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
O juiz Amit Mehta, de Washington, decidiu que essas queixas eram admissíveis com base no fato de que as ações de Trump naquele dia eram "atos não oficiais" que "estavam inteiramente relacionadas com os seus esforços para permanecer no cargo por um segundo mandato", o que não se enquadra no alcance da imunidade presidencial.
"Negar a um presidente imunidade a danos civis não é um passo pequeno", escreveu o juiz Amit Mehta nas conclusões, que chegam às 112 páginas. "O tribunal entende bem a gravidade da sua decisão."
O juiz também disse que o discurso de Trump a milhares de apoiantes reunidos em Washington antes do ataque poderia ser "razoavelmente" percebido como um "pedido de ação coletiva".
Pouco depois de Trump se dirigir a seus apoiantes, uma multidão acenando com bandeiras "TRUMP 2020" marchou até a sede do Congresso dos EUA e centenas de pessoas forçaram a entrada no edifício do Capitólio. Ao mesmo tempo, Trump criticabva Twitter o seu vice-presidente Mike Pence por não bloquear a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden, um ato que o juiz disse constituir um "acordo tácito" com aqueles que invadiram o Capitólio.
O ex-presidente é alvo de três processos que o acusam de responsabilidade no motim do Capitólio. Trump classificou a investigação como uma "caça às bruxas".
