Em vídeo divulgado pelo Washington Post, o comandante dos resistentes ucranianos cercados na siderurgia de Azovstal pede ajuda aos "líderes do mundo" para salvar centenas de civis e mais de 500 soldados feridos
"Esta pode ser a nossa última mensagem”, diz o major Serhiy Volyna, da 36ª Brigada de Fuzileiros, que está cercada pelas tropas russas na siderurgia Azovstal, em Mariupol. Numa “mensagem ao mundo”, o comandante das forças ucranianas sitiadas garante que não se irão render aos russos, e pede uma “operação de extração” que permita salvar as suas tropas, e também as “centenas de civis” que estão refugiados nas caves e corredores subterrâneos da fábrica.
”Podem restar-nos apenas poucos dias, ou até poucas horas”, mas “não iremos depor as nossas armas”, garantiu o comandante ucraniano, numa mensagem vídeo enviada ao Washington Post, que a divulgou esta noite.
Segundo Volyna, as forças russas superam os últimos combatentes ucranianos numa proporção de dez para um. Um desequilíbrio em toda a escala: “Eles controlam o espaço aéreo, e têm superioridade de artilharia no chão, [com] tanques e veículos.”
Toda a resistência ucraniana que resta em Mariupol visa “defender um objetivo: a fábrica, onde estão a guarnição militar de Mariupol e civis apanhados pela guerra”. Segundo o comandante das forças, no local há mais de 500 militares feridos, “e centenas de civis, incluindo mulheres e crianças”
Num apelo derradeiro “aos líderes mundiais”, Volyna pede uma “operação de extração” que os possa deixar no território de um “país terceiro”.
Segundo o Washington Post, para além de garantir que não deporão as armas, o militar ucraniano prometeu que os seus soldados continuarão "a conduzir operações de combate e a cumprir as nossas tarefas militares enquanto as recebermos".
Major Serhiy Volyna of the 36th Separate Marine Brigade, whose soldiers have been holding out in the Azovstal Iron and Steel Works against a Russian force that vastly outnumbers them, tells The Post he will not surrender. https://t.co/DW48aDGvag
— The Washington Post (@washingtonpost) April 20, 2022