Banco Central Europeu subiu as taxas de juro para o dobro do inicialmente previsto
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que decidiu aumentar em 50 pontos base as taxas de juro, o primeiro aumento em 11 anos.
We raised interest rates by 0.5%.
— European Central Bank (@ecb) July 21, 2022
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São três as taxas de juro diretoras: a taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%; a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75%; e a taxa de depósito que estava em terreno negativo (-0,50%) sobe para 0%.
Estas subidas têm efeitos a partir de 27 de julho, a próxima quarta-feira.
"O Conselho do BCE considerou apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajetória de normalização das taxas de juro diretoras, do que o sinalizado na reunião anterior", refere em comunicado o banco central, que optou por uma subida de 50 pontos base em vez dos 25 pontos base indicados inicialmente.
O BCE indicou que nas próximas reuniões continuará a subir as taxas de juro.
Por detrás da decisão está a subida da taxa de inflação na Zona Euro - que em junho se fixou em 8,6% - e o risco de a escalada de preços se intensificar, o que poderá motivar uma perda ainda maior do euro face ao dólar. De resto, o facto de as moedas terem chegado à paridade justificou uma mudança de decisão do BCE, que inicialmente tinha previsto o aumento das taxas de juro em 0,25% e não 0,5%.
Juros das dívidas da zona euro disparam após anúncio
Os juros da dívida pública europeia dispararam hoje depois do anúncio do BCE.
Segundo dados da Bloomberg, cerca das 13:30 em Lisboa, os juros da dívida alemã a 10 anos, considerada a mais segura da Europa, subiram para 1,350%, contra 1,253% na quarta-feira.
Contudo, os juros da dívida italiana eram os que mais subiam na Europa, estando à mesma hora a avançar para 3,595%, contra 3,383% na quarta-feira, depois de hoje já terem avançado imediatamente depois do anúncio da demissão do primeiro-ministro, Mario Draghi.
Os juros das dívidas portuguesa e espanhola também estavam sob pressão, a subir, respetivamente, para 2,514% (contra 2,389% na quarta-feira) e 2,593% (contra 2,476% na quarta-feira).
Entretanto, no atual cenário de elevada incerteza, o euro continuava hoje à mesma hora a recuperar face ao dólar, a cotar-se a 1,0271 dólares, depois de ter fechado abaixo da paridade em 14 de julho (a 0,9991 dólares).