Rússia ataca em força enquanto Kiev avisa: "Estamos preparados" para a contraofensiva

Pedro Falardo , Artigo atualizado às 12:29
28 abr 2023, 11:29

O ministro da Defesa da Ucrânia não deu, contudo, uma data para o começo da contraofensiva

A Rússia voltou a atacar várias cidades ucranianas com mísseis na madrugada desta sexta-feira, matando pelo menos 19 pessoas.

O bombardeamento mais devastador aconteceu em Uman, cidade no centro do país e até agora poupada aos ataques das forças russas. O balanço até ao momento aponta para 17 mortos, incluindo crianças, após um míssil de cruzeiro ter atingido um prédio residencial.

Mais a leste, em Dnipro, um outro ataque provocou a morte a duas pessoas, incluindo a uma criança de dois anos. O presidente ucraniano condenou os bombardeamentos russos.

"Este terror russo deve ser objeto de uma resposta justa por parte da Ucrânia e do mundo. E assim será. Cada ataque deste tipo, cada ato maléfico contra o nosso país e o nosso povo aproxima o Estado terrorista do fracasso e do castigo, e não vice-versa, como eles pensam. Não esqueceremos nenhum crime, não deixaremos que nenhum invasor fuja das responsabilidades", escreveu Volodymyr Zelensky no Telegram.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, reagiu aos ataques. "Os ataques com mísseis que matam ucranianos inocentes enquanto dormem, incluindo uma criança de dois anos, são a resposta da Rússia a todas as iniciativas de paz. O caminho para a paz é expulsar a Rússia da Ucrânia. O caminho para a paz é armar a Ucrânia com F-16 e proteger as crianças do terror russo", pode ler-se na publicação no Twitter.

Após os ataques, o Ministério da Defesa da Rússia fez uma publicação, no mínimo, de muito mau gosto. Na legenda da fotografia abaixo, pode ler-se a frase “Mesmo no alvo”.

Esta sexta-feira ficou também marcada pelo primeiro ataque russo a Kiev desde 9 de março, mas a Força Aérea ucraniana alega ter abatido 11 mísseis e dois drones que se dirigiam à capital. Do ataque resultou um ferido, uma adolescente de 13 anos, após destroços de um dos mísseis terem atingido um prédio residencial.

"Em termos gerais, estamos preparados"

Também esta sexta-feira, ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou que Kiev está a concluir os preparativos para a contraofensiva contra as forças russas.

"Assim que houver vontade de Deus, condições meteorológicas e uma decisão dos comandantes, fá-lo-emos. Em termos gerais, estamos preparados", disse Reznikov, citado pela Reuters.

O governante ucraniano não deu, contudo, uma data para o começo da contraofensiva.

A especialista em Relações Internacionais Liliana Reis, em entrevista à CNN Portugal, diz que os ataques russos desta sexta-feira são uma maneira de o Kremlin assinalar que está pronto para responder a uma eventual contraofensiva.

"Estes novos ataques durante a noite serão, provavelmente, uma retaliação às palavras de [Jens] Stoltenberg [secretário-geral da NATO], que veio colocar grande expectativas em relação à contraofensiva ucraniana, afirmando que estão reunidas todas as condições para que Kiev a pudesse levar a cabo", afirmou a especialista.

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