VERÃO CNN | Não há uma resposta que seja taxativa, mas temos boas notícias
Para os mais novos, férias é sinónimo de gelados e os pedidos repetem-se seja depois do almoço ou do jantar. Mas é seguro com um alimento assim tão frio após uma refeição? A resposta é curta e simples: sim.
Hugo Rodrigues, pediatra na Unidade Local de Saúde do Alto Minho e autor do blogue Pediatria Para Todos, explica que “não existe nenhum intervalo mínimo que tenha de ser garantido” e que, “do ponto de vista de segurança, não há problema nenhum em comer o gelado, seja logo a seguir [à refeição], seja meia hora, uma, duas horas depois, ou quando as crianças e os pais assim o quiserem”.
Muitas pessoas evitam comer ou deixar os mais novos comer ou beber alimentos frios depois das refeições com medo que tal provoque uma paragem de digestão, mas a verdade é que “isso é um mito, sabe-se hoje em dia que não tem um grande fundamento” nem “propriamente evidência científica”.
“Só se houvesse uma diferença térmica gigante é que poderia, eventualmente, ter algum reflexo. Portanto, acho que não há nenhuma necessidade de ter qualquer cuidado”, diz Hugo Rodrigues, referindo-se também ao ‘velho’ medo de tomar banho ou dar um mergulho durante o período de digestão.
Já a médica Vera Afonso, coordenadora da unidade de Medicina Geral e Familiar do Hospital Lusíadas Lisboa, é mais cautelosa e diz que "não" se deve ter este hábito, explicando que "o gelado deverá ser ingerido no final da refeição, preferencialmente após o almoço, uma vez que facilita a sua digestão".
Sejam gelados à base de leite ou natas ou dos que são maioritariamente feitos com gelo, o pediatra Hugo Rodrigues alerta para quantidade e o tipo de gelado e não tanto para a hora da ingestão, dizendo que é preciso ter “cuidado por causa do açúcar e do excesso de doces”.
“Comer gelados faz parte da infância e do imaginário de todos nós quando éramos pequenos. Pode-se comer, mas sem exageros”, continua o médico.
