Comissão Nacional do PS esteve reunida mais de cinco horas, mas "ninguém falou" do caso Galamba

Agência Lusa , BCE
3 jun 2023, 22:40
Comissão Nacional do PS (Manuel Fernando Araújo/Lusa)

No último mês, o líder dos socialistas sugeriu um “refrescamento” do Governo e a ex-ministra Alexandra Leitão defendeu mesmo que António Costa fizesse um ‘reset’ na sua equipa.

O presidente do PS garantiu este sábado que a Comissão Nacional, que esteve reunida durante mais de cinco horas em Matosinhos, no distrito do Porto, não abordou o tema João Galamba.

“Ninguém falou disso [polémica com João Galamba] na Comissão Nacional”, disse Carlos César à saída da Comissão Nacional.

Esta reunião do órgão máximo dos socialistas é a segunda desde o início do ano e ocorre num momento em que o Governo tem estado sob pressão com uma série de casos em discussão na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP.

No último mês, o presidente do PS sugeriu um “refrescamento” do Governo e a ex-ministra Alexandra Leitão defendeu mesmo que António Costa fizesse um ‘reset’ na sua equipa.

Mas o primeiro-ministro não deu até agora qualquer sinal nesse sentido e decidiu mesmo manter João Galamba como ministro das Infraestruturas, contrariando frontalmente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o presidente do PS, um governo que está a ter “tantos sucessos” na área económica, na área social e em todas as áreas, contrastando com aquilo que está a acontecer até em outros países europeus, não pode destruir a sua imagem com “casos e casinhos”.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se João Galamba tem condições para continuar no executivo de António Costa, Carlos César reafirmou que não fala sobre isso.

“Eu não falo sobre isso. Conhecem a minha opinião pessoal e a minha opinião pessoal é que os governos devem ter o maior número possível de bons governantes”, concluiu.

Intervenção do SIS? Já todos estão “fartos disso", diz Carlos César

Carlos César assumiu que o Governo não se vai deixar distrair com a história do Serviço de Informações de Segurança (SIS) porque os portugueses, e até a oposição, “já não querem saber disso”.

“Nós temos tido bons resultados, orgulhamo-nos muito disso e não nos vão distrair disso com a história do SIS, com a história de quem telefonou e de quem não telefonou”, disse Carlos César à saída da Comissão Nacional do PS que decorreu durante mais de cinco horas em Matosinhos, no distrito do Porto.

Os portugueses já estão “fartos” desse assunto, já não querem saber disso, considerou.

“Até parece que o líder da oposição também já não quer saber disso porque já percebeu que não pode dissimular os sucessos do Governo continuando com essa lengalenga e, agora, há-de inventar outra porque já se sabe que é assim”, afirmou.

De acordo com o socialista, o Governo de António Costa está a ganhar na economia e nos apoios sociais, já a oposição só está a ganhar no enredo.

O PS está “muito empenhado” não em discutir “detalhes, aspetos e minudências” que não têm relevância para os portugueses, mas em aprofundar o atual caminho de melhoria da atividade económica, das prestações e dos apoios sociais para que os portugueses sintam com maior evidência nas suas vidas, no seu dia-a-dia e nos problemas das suas famílias os alívios e os benefícios.

“Nós temos todos a perceção de que os resultados que temos obtido são bons”, vincou.

Contudo, Carlos César assumiu que o PS tem consciência e sabe que não faz tudo bem e que há áreas com maiores e menores fragilidades.

“Aquilo que resultou claramente desta Comissão Nacional é um grande orgulho, diria mesmo uma grande alegria pelos resultados que estamos a obter porque nós vínhamos de um percurso muito difícil ao longo destes sete anos”, sublinhou.

E acrescentou: “Quando entrámos para o Governo tivemos problemas com a banca, depois tivemos a pandemia, a guerra, enfim, uma sucessão de problemas que dificultaram sempre a atividade governativa e que nos condicionaram sempre no sentido de uma ação mais estrutural”.

Na opinião do presidente do PS, o Governo teve de ser “quase sempre bombeiro” perante emergências que foram ocorrendo.

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