A palavra Ucrânia aparece mencionada apenas uma vez na declaração dos líderes do G20, na qual fazem parte países como Estados Unidos, Rússia, China, França, entre outros. Em nenhum momento a Rússia é explicitamente mencionada na secção sobre o conflito na Ucrânia
Os líderes do G20 conseguiram chegar a consenso sobre uma declaração final na cimeira anual, na qual destacam a aliança global contra a fome, mas com reduzidas menções aos vários conflitos regionais e o imposto sobre super-ricos.
A inclusão social e combate à fome e à pobreza, desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática e a reforma das instituições de governança global, prioridades da presidência brasileira, foram consagradas na declaração dos líderes com o objetivo de “orientar ações em direção a resultados concretos”.
Contudo, em relação aos conflitos ma Faixa de Gaza e no Líbano, os lideres das maiores economias mundiais apenas enfatizam para “a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária” e um “apoio a um cessar-fogo abrangente” nos dois territórios.
A palavra Ucrânia aparece mencionada apenas uma vez na declaração dos líderes do G20, na qual fazem parte países como Estados Unidos, Rússia, China, França, entre outros, frisando “o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra” e saudando “todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, mantendo todos os Propósitos e Princípios da Carta da ONU para a promoção de relações pacíficas”.
Em nenhum momento a Rússia é explicitamente mencionada na secção sobre o conflito na Ucrânia.
Os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia têm sido uma fonte de profundas divisões entre os países do G20, embora o Brasil, que detém a presidência rotativa do fórum, tenha finalmente conseguido chegar a uma linguagem acordada por todos os membros.
A declaração dos líderes só era esperada no final da cimeira, que terá lugar esta terça-feira com a sessão plenária final sobre transição energética e desenvolvimento sustentável.
Quanto a um possível imposto global sobre os super-ricos, a declaração final destaca o “respeito à soberania tributária” e a procura por “envolver cooperativamente para garantir que indivíduos de património líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados”
“Nós estamos ansiosos para continuar a discutir essas questões no G20 e em outros fóruns relevantes, contando com as contribuições técnicas de organizações internacionais relevantes, universidades e especialistas”, lê-se.
De acordo com um estudo encomendado pelo Brasil, se os cerca de 3.300 bilionários do mundo pagassem o equivalente a 2% da sua riqueza em impostos, poderiam ser arrecadados anualmente entre 200 e 250 mil milhões de dólares.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, convidado pelo Brasil a participar na cimeira como membro observador, já tinha admitido hoje aos jornalistas que nem Portugal nem o G20 estão "ainda em condições de assumir uma decisão" sobre essa matéria.
Entre os principais líderes presentes destaca-se o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping.
O principal ausente será o presidente russo, Vladimir Putin, representado pelo seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, já que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra no conflito na Ucrânia.
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola, representado pelo seu presidente, João Lourenço, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.