A goleada que se impunha em dia de tempestade
O Benfica demorou uma parte inteira para encontrar o caminho da baliza do Auckland City, mas assim que o fez encarreirou rumo a uma goleada que teve tanto de natural como de importante para as contas finais do Grupo C do Mundial de Clubes. Em tarde de tempestade em Orlando, que retardou em mais de duas horas o início da segunda parte, a substituição de Kökcü fez faísca no banco dos encarnados, momento que o regresso aos golos de Renato Sanches pelas águias ajudou a inflamar.
Já se sabia que este seria um jogo de sentido único, o da baliza do Auckland City, e Bruno Lage montou um onze preparado para esse cenário, mantendo Akturkoglu, Di María e Prestianni a tempo inteiro no apoio a Pavlidis, com Aursnes, partindo da posição de lateral-direito, quase em permanência no ataque.
O treinador do Benfica já tinha avisado que, para superar a barreira defensiva neozelandesa, era necessário ter a «mentalidade certa», e a verdade é que as águias, mesmo sem acelerarem muito o ritmo, não permitiram veleidades a um adversário que, apesar de muito encolhido junto da sua área durante a maior parte do tempo, lá ia tentando meter alguns contra-ataques, sem grande sucesso, diga-se.
Já o Benfica colecionou oportunidades suficientes para ir para o intervalo a golear. O poste e, sobretudo, a exibição de Nathan Garrow na baliza do Auckland City foram adiando o inevitável, o golo dos encarnados, que surgiu em cima do intervalo, num penálti convertido por Ángel Di María.
Antes dele, Akturkoglu teve três perdidas flagrantes, Pavlidis acertou no poste e Aursnes viu um golo ser-lhe anulado devido a uma falta do ponta de lança grego sobre o guarda-redes neozelandês, no início da jogada.
O intervalo prolongou-se bem mais do que seria suposto, devido a um aviso (mais um no torneio) de condições climatéricas adversas, pese embora os 31 graus centígrados sentidos à hora do jogo. Foi necessário esperar mais de duas horas para que a partida fosse reatada, uma situação inusitada, mas também preocupante, pelo impacto físico que poderá ter nos atletas. E tudo isto a um ano do Mundial de Seleções, que os Estados Unidos da América também vão organizar, juntamente com o Canadá e o México.
Talvez mais habituado às excentricidades dos climas tropicais, o Auckland City reentrou melhor no jogo, tendo mesmo ficado perto do empate aos 48 minutos, quando Zeb obrigou Trubin a aplicar-se.
O maior risco assumido pelos neozelandeses foi, no entanto, uma bênção para o Benfica, que aproveitou os espaços na emaranhada defesa contrária, que começaram a surgir com maior regularidade, para resolver o jogo num curto espaço de tempo.
Aos 53 minutos, Pavilidis fez o 2-0, a passe de Kökcü, ele que não escondeu a frustração com a decisão de Bruno Lage em retirá-lo do jogo, pouco depois. O turco cedeu o seu lugar a Renato Sanches, que apontou terceiro do Benfica de seguida, com um remate de meia distância. Nove anos e cinco meses depois, o médio voltava a marcar pelas águias.
Muito irrequieto no banco, Bruno Lage pedia mais aos seus jogadores, ciente da importância de um resultado robusto frente ao Auckland City para as contas finais do grupo. Em campo tinha o "soldado" Leandro Barreiro, que bisou num par de minutos e deu uma expressão ao resultado mais condizente com a diferença de nível entre as duas equipas. No último lance, Ángel Di María bisou, novamente de penálti, fechando as contas do jogo em 6-0.
A partir das 2:00 portuguesas, o Bayern Munique defronta o Boca Juniors, em Miami, no jogo que encerra a segunda jornada do Grupo C do Mundial de Clubes.