Missão impossível ou à terceira será de vez? Portugal estreia-se no europeu de futebol feminino contra Espanha

CNN Portugal , MMC
3 jul, 16:08
Seleção feminina de futebol (Foto: NUNO VEIGA/LUSA)

A viagem das Navegadoras começa esta quinta-feira às 20:00 com ponto de partida no Stade de Suisse em Berna, Suíça. Antes do início do jogo haverá um minuto de silêncio em homenagem a Diogo Jota e ao seu irmão, que morreram esta madrugada num acidente automóvel

A seleção nacional feminina de futebol inicia o Europeu de futebol com uma missão que, à primeira vista, parece impossível: vencer Espanha, a atual campeã do mundo, e passar pela primeira vez a fase de grupos, naquela que é a terceira participação portuguesa num Europeu.

Nos cinco jogos oficiais já disputados entre Portugal e Espanha, todos foram ganhos pela seleção espanhola, cuja força está assente na equipa do Barcelona. Das 23 internacionais espanholas neste Europeu, 10 vêm da equipa culé. A estas junta-se a antiga jogadora do Barcelona, Mariona Caldentey que este ano, pelo Arsenal, venceu o campeonato europeu de clubes, precisamente contra a sua antiga equipa. Entre as restantes atletas selecionadas destaca-se ainda a presença de Cristina Martín-Prieto, avançada do Benfica que apontou 30 golos em 37 jogos no campeonato português. 

E se é verdade que o Barcelona oferece 10 jogadoras à seleção espanhola, também é verdade que oferece uma às Navegadoras: Kika Nazareth, uma das ‘âncoras’ da seleção nacional. Outra das ‘âncoras’ é a capitã, Ana Borges, a mais internacional da seleção nacional com 185 presenças, mais cinco que Carole Costa, mais uma das jogadoras escolhidas pelo selecionador Francisco Neto, o timoneiro da comitiva portuguesa que, se conseguir passar pela primeira vez a fase de grupos da competição, fará história para Portugal.

Para o conseguir, Francisco Neto tem ainda à disposição outros nomes experientes como o de Dolores Silva, que já representou a seleção por 172 vezes, além de Tatiana Pinto, Jéssica Silva e Diana Silva, todas com mais de uma centena de internacionalizações pela seleção de Portugal. 

O caminho de cada seleção até à fase final também foi diferente. A seleção espanhola venceu o seu grupo, na Liga A, onde são diretamente apurados os dois primeiros classificados de cada grupo. Já Portugal, apesar de também ter ficado no primeiro lugar do seu grupo, conseguiu-o na Liga B, mas aqui, os três primeiros classificados ainda têm de disputar um duplo play-off de apuramento para o Euro. Os líderes dos quatro grupos existentes na Liga B asseguram ainda a passagem à Liga A na fase de apuramento para o próximo Europeu. 

No play-off, Portugal bateu o Azerbaijão a duas mãos, num resultado agregado que terminou em 8-1 para as Navegadoras. No derradeiro duplo duelo, contra a Chéquia, Portugal venceu por 3-2 no resultado agregado, um triunfo que leva as portuguesas à sua terceira participação num Europeu. 

“À terceira pode ser de vez”, sublinha Pedro Ramalho, jornalista que tem acompanhado o futebol feminino de perto, alertando, no entanto, que Portugal está num “grupo complicado” onde, para além de Espanha está ainda a seleção italiana e belga. Ainda assim, Pedro Ramalho salienta que a seleção “já conseguiu mostrar que tem qualidade para passar” a fase de grupos e realça a importância de muitas referências que têm contribuído para bons resultados e para a evolução do futebol feminino em Portugal: “Basta lembrar que este é o terceiro Europeu consecutivo” na história da seleção feminina portuguesa, recorda o jornalista. 

Entre algumas das “referências” já apontadas, Pedro Ramalho destaca Kika Nazareth que, mesmo vindo de uma cirurgia recentemente, “é uma atleta difícil de encontrar em Portugal”. Destaca ainda Tatiana Pinto e Diana Silva, melhor marcadora de Portugal na fase de qualificação para o Europeu na Suíça. 

Para uma travessia que se espera “longa” para Portugal no Euro 2025, Pedro Ramalho aponta quatro claras favoritas a vencer a prova: Espanha, “tendo em conta que estamos a falar da campeã do mundo”, considerando-a “favorita máxima a vencer a prova”; Inglaterra, “campeã europeia em título”; França, que “tem atualmente um futebol muito atrativo e dinâmico”; e Alemanha, “uma referência histórica”, com a conquista de oito Europeus em 13 edições

Em busca de um feito histórico, a viagem das navegadoras começa esta quinta-feira, às 20:00, com ponto de partida no Stade de Suisse em Berna, depois do apito inicial da árbitra romena Iuliana Demetrescu. 

Antes do início da partida será cumprido um minuto de silêncio, decretado pela UEFA, em homenagem a Diogo Jota e ao seu irmão André Silva, que morreram na madrugada desta quinta-feira. 

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