Florida evitou o "pior cenário" mas o furacão Milton fez mortos e muitos estragos

10 out, 14:43
(Tampa Bay Times via AP)

Ainda falta fazer uma avaliação exaustiva dos danos provocados, mas as autoridades afirmam que o pior não se verificou

Em caso de necessidade, o Tropicana Field, estádio dos Tampa Bays Rays, que jogam na principal liga de basebol dos Estados Unidos, era um dos locais que ia receber pessoas (cerca de 10 mil) deslocadas por causa do furacão Milton. As primeiras imagens da passagem da tempestade mostraram bem como isso seria completamente impossível, já que o recinto ficou totalmente destruído na cobertura, numa imagem clara da passagem daquele que é um dos maiores furacões do século.

“É uma das coisas mais surreais de sempre”, confessou Jonathan Petramala à CNN, ele que persegue tempestades, e que testemunhou a destruição no estádio sediado em St. Petersburg, onde os destroços provocados pelo furacão fizeram da cidade um autêntico “labirinto” de água e estragos.

Mais sério é o relato que chega do condado de St. Lucie, um dos locais mais devastados na Florida, onde o furacão entrou classificado com categoria 3, provocando a morte a pelo menos cinco pessoas, temendo-se que a conta não fique por aí. De resto, também em St. Petersburg a polícia confirmou a existência de duas vítimas mortais.

Os condados de Volusia e Citrus confirmaram, cada um, um morto, pelo que a conta oficial está, neste momento, em nove vítimas mortais, sendo que o secretário da Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, avançou que a primeira análise aponta para pelo menos 10 mortos.

“Os primeiros socorros e as equipas públicas estão a fazer esforços para responder a dois tornados que chegaram antes do furacão Milton”, referiu um dos comunicados daquele condado. É que o problema, para lá do furacão em si, é precisamente as suas consequências, nomeadamente as dezenas de tornados que a tempestade causa, e que multiplicam os focos de estragos.

A vista aérea diz tudo sobre a destruição do estádio de basebol em St. Petersburg (Max Chesnes/Tampa Bay Times via AP)

Voltando a Tampa Bay, e embora ainda tenham de se avaliar todos os danos causados e confirmar que toda a população está a salvo, o governador do estado da Florida afirmou que os piores prognósticos não se confirmaram.

“O que podemos dizer é que a tempestade foi significativa, mas, felizmente, não foi o pior cenário”, disse Ron DeSantis.

Até ao momento, e faltando a tal contagem de danos, o maior efeito é mesmo nas falhas de eletricidade que chegam a milhões de casas. Grande parte da Florida está sem energia em casa, sendo que muitas pessoas estão presas por causa da água.

A água que caiu como num evento em mil anos, de acordo com as autoridades, que registaram chuvas superiores a 400 milímetros, o que provocou inundações em grande parte do estado, nomeadamente em Tampa Bay.

O NHC alertou que o estado de emergência continua devido à grande quantidade de chuva que o furacão deixou no seu rasto.

O furacão atingiu a costa norte-americana na quarta-feira como uma tempestade de categoria 3 perto de Siesta Key, na costa oeste da Florida, por volta das 20:30, no horário local (01:30 em Lisboa).

Os danos causados pelos ventos do furacão Milton atingiram também a costa leste da Florida, depois de terem devastado especialmente a baía de Tampa, por onde entrou no país.

Os alertas de inundações repentinas e deslizamentos de terra mantêm-se devido à quantidade de chuva deixada pelo furacão Milton.

E.U.A.

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