As greves parciais tinham como objetivo protestar contra a falta de funcionários e a “asfixia financeira” da organização
Os funcionários da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desconvocaram a greve que deveria começar esta terça-feira, depois de o Governo ter garantido algumas condições, designadamente a adaptação do sistema de avaliação à carreira especial de inspetor.
Segundo disse à Lusa o presidente Associação Sindical dos Funcionários da ASAE (ASF-ASAE), os trabalhadores "foram surpreendidos" com uma reunião agendada de quinta para sexta-feira da semana passada, na qual foi garantida a adaptação do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP) à carreira especial de inspetor da ASAE e agendadas reuniões para negociar as restantes reivindicações dos trabalhadores
"Até final do ano estão agendadas já três reuniões para negociação", explicou o Cristiano Santos, adiantando que a primeira vai ser no dia 29 de novembro.
As greves parciais, durante 10 dias até final do ano, em protesto contra a falta de funcionários e a “asfixia financeira” da organização, deveriam ter inicio esta terça-feira.
Segundo o pré-aviso, estavam agendadas para os dias 19, 21, 26 e 28 de novembro e 3, 5, 10, 12, 17 e 19 de dezembro greves parciais na ASAE, em que pelo menos uma das unidades orgânicas estaria parada.
Com a greve, a associação sindical queria chamar a atenção para a "diminuição drástica do número de trabalhadores" na ASAE, que passou de 595 em 2006, para 470, assim como para a falta de verbas para aquisições de "ferramentas tecnológicas que permitam identificar infratores no âmbito do comércio ‘online’, reagentes laboratoriais que permitam mais análises aos géneros alimentícios e maior combate à fraude alimentar ou mesmo pequenas reparações de avarias em instalações degradadas ou viaturas imobilizadas".
Entre as razões elencadas estão ainda a não atribuição de um suplemento equiparado ao “subsídio de missão”, uma atitude que os funcionários da instituição classificam como "total falta de reconhecimento deste governo pela condição policial da ASAE", e a ausência de resposta às revindicações apresentadas na reunião de setembro com o Governo.
Apontam ainda a falta de uma calendarização da revisão do Estatuto da Carreira Especial de Inspeção da ASAE, que consideram não ser atrativa para cativar novos inspetores, com uma tabela salarial subvalorizada que consideram poder levar à perda progressiva de inspetores.