A Rússia alega que a mulher viajou com a filha para a Rússia e arrendou um apartamento no mesmo prédio que Dugina
O Serviço Federal de Segurança (conhecido pela sigla FSB) anunciou esta segunda-feira ter resolvido o caso da morte de Darya Dugina, a filha do filósofo russo Aleksandr Dugin.
Segundo as autoridades russas o atentado foi executado por Natalia Vovk, uma cidadã ucraniana nascida em 1979 que chegou à Rússia em Julho e arrendou um apartamento no mesmo edifício de Dugina. A suspeita, alegam as autoridades russas, viajou para a Rússia acompanhada pela filha e esteve presente no mesmo evento que Dugin e a filha, tendo levado a cabo a detonação do explosivo de forma remota quando Darya Dugina se encontrava ao volante. O FSB acredita que a mulher fugiu para a Estónia.
Darya Dugina, de 29 anos, saia do festival “Tradição”, nos arredores de Moscovo, e entrou no carro do seu pai, o influente pensador russo Aleksandr Dugin, que tinha decidido viajar noutro carro. Em pleno andamento, uma carga explosiva colocada debaixo do banco do condutor foi detonada e a jornalista perdeu a vida de forma imediata.
Segundo a agência TASS, que cita as autoridades russas, Vovk seguiu a vítima num Mini Cooper, e a bomba colocada no veículo, com 400 gramas de TNT, foi detonada remotamente. “Já sabemos que a bomba no carro de Dugina foi detonada remotamente. Presumivelmente, o carro foi monitorizado e o seu movimento foi controlado pelos autores do ataque”, afirmou uma fonte relacionada com a investigação.
A Ucrânia negou a autoria do ataque. "A Ucrânia, é claro, não tem nada a ver com isso, porque não somos um Estado criminoso, como a Federação Russa, e muito menos um Estado terrorista", disse Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky.
Porém um grupo que se autointitula de Exército Republicano Nacional Russo, que diz dedicar-se a derrubar o regime de Vladimir Putin, disse ter planeado o ataque. O antigo deputado russo Ilya Ponomarev, que se encontra exilado na Ucrânia, diz ter estado em contacto com o grupo de dissidentes e garante que esta não é a primeira ação do grupo.
Esta segunda-feira, o presidente russo reagiu ao ataque. Numa nota publicada no canal do Kremlin no Telegram, Vladimir Putin enviou as condolências à família de Darya Dugina, considerando a sua morte "um crime desprezível e cruel".