Condenado à morte foi executado dias depois de uma testemunha-chave ter admitido que mentiu em tribunal

CNN Portugal , HCL
24 set, 19:20
Freddie Owens

Norte-americano de 46 anos estava no corredor da morte desde 1999. A sua execução marca a primeira morte por injeção letal no Estado da Carolina do Sul em 13 anos

Freddie Owens, um norte-americano condenado por um homicídido em 1997, foi executado por injeção letal dias depois de uma das testemunhas principais do processo ter admitido mentir durante o julgamento. A morte marca a primeira execução por injeção letal no Estado da Carolina do Sul após quase uma década de problemas legais relacionados com os fármacos utilizados durante o procedimento. 

A decisão de executar Freddie Owens, que passou 25 anos no corredor da morte, surge na mesma semana em que Steven Golden, réu e testemunha contra Owens, apresentou uma declaração sob juramento ao Supremo Tribunal da Carolina do Sul admitindo ter mentido durante o julgamento. “Tive medo que o verdadeiro atirador ou os seus associados me matassem se contasse a verdade”, assumiu Golden. Segundo a sua declaração, Owens não estava presente no local quando Irene Graves, funcionária de uma loja de conveniência, foi morta a 1 de novembro de 1997.

Porém, o Supremo Tribunal do Estado manteve a decisão de prosseguir com a execução. No seu veredicto, o tribunal destacou que Owens teria confessado o crime a várias pessoas e sublinhou que os testemunhos que foram desmentidos, como os de Steven Golden, “estão entre os tipos de prova menos fiáveis”.

A equipa de advogados de Owens recorreu de urgência ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, poucas horas antes da execução, pedindo a suspensão da mesma. Argumentaram que os direitos de Owens foram violados pelo Departamento Prisional da Carolina do Sul, que se recusou a fornecer informações cruciais sobre as drogas utilizadas na injeção letal e as qualificações da equipa de execução. O pedido foi negado.

Condenado à morte após ter sido considerado culpado de homicídio, roubo à mão armada e conspiração criminosa, a execução de Owens marca o fim de longos anos de controvérsia à volta deste caso. Além disso, segundo o seu registo criminal, Owens foi ainda declarado culpado pelo homicídio de um companheiro de cela em 1999, enquanto aguardava a sentença, segundo relatos da imprensa local.

A execução começou às 18:35, horário local, com dois familiares de Irene Graves a assistirem. De acordo com um repórter da Associated Press que esteve presente, os familiares mantiveram o olhar fixo em Owens, que estava coberto por um lençol branco e vestido com um uniforme verde da prisão. “Eles não desviaram o olhar dele durante quase todo o processo,” relatou o jornalista Jeffrey Collins em conferência de imprensa. “Não parecia haver raiva ou animosidade visível, apenas um olhar firme e intenso.”

Owens foi executado com uma única dose de pentobarbital, um sedativo usado para a eutanásia de animais. Um dos advogados de Owens referiu-se à sua morte como "uma tragédia" numa declaração à CNN na sexta-feira à noite e reforçou que ele não era o responsável pela morte de Graves.

E.U.A.

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