Líder do CDS quer comissão para organizar 50.º aniversário do 25 de Novembro

Agência Lusa , publicado por António Guimarães
26 nov 2021, 00:15
Francisco Rodrigues dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos quer cerimónia presidida por Ramalho Eanes e quer envolvidos a trabalharem pro bono

O presidente do CDS-PP propôs esta quinta-feira a criação de uma comissão nacional para organizar as comemorações do 50.º aniversário do 25 de Novembro, à semelhança do 25 de Abril, e defendeu que o dia deveria ser feriado.

Francisco Rodrigues dos Santos participou numa conferência comemorativa dos 46 anos do 25 de Novembro, que decorreu na Amadora (distrito de Lisboa).

No seu discurso, perante cerca de meia centena de pessoas, o líder centrista defendeu que, “à semelhança daquilo que aconteceu para as comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, seja também constituída uma comissão nacional das comemorações do cinquentenário do 25 de Novembro”.

Francisco Rodrigues dos Santos apontou que pode ser também presidida pelo antigo Presidente da República António Ramalho Eanes, salientando o general que “teve um papel estruturante nas duas revoluções e depois na consolidação do regime enquanto chefe de Estado”.

Para a coordenação, o presidente do CDS-PP sugeriu “Rui Ramos, que é um historiador cujo rigor científico e a bondade com que trata estes assuntos de excelência fazem dele alguém que está isento de crítica para poder organizar estas mesmas comemorações”.

Rodrigues dos Santos defendeu que os envolvidos trabalhem pro bono, “apenas com amor, com serviço a Portugal e não seja preenchido este instituto com porta-vozes de partidos políticos, com comissários políticos que mais não são do que interlocutores de uma visão parcial da História”.

“A data de 25 de Novembro merece ser comemorada e eu tenho muita honra de sermos o único partido em Portugal que institucionaliza as comemorações deste dia que se ergue em nome da liberdade e da democracia realizada que só este dia permitiu que se inaugurasse de forma plena em Portugal”, salientou.

O movimento militar de 25 de Novembro de 1975, uma “data que muitos se recusam celebrar”, opôs “as forças da liberdade e as forças que queriam a liberdade só para si”.

Francisco Rodrigues dos Santos defendeu ainda que o Estado deve “celebrar de forma solene” esta data, através de um feriado nacional.

O presidente do CDS-PP defendeu também que o regime atual “é o do 25 de Novembro, não é o regime político do 25 de Abril”, sustentando que “foi o 25 de Novembro que permitiu acabar com o poder de uma franja da sociedade que queria um regime totalitário e ditatorial de esquerda para Portugal e permitiu concretizar a promessa irrenunciável do 25 de Abril”, a “consolidação de uma democracia ocidental e pluralista”.

Em maio, o Conselho de Ministros aprovou a criação de uma estrutura de missão para organizar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinala em 2024, nomeando Pedro Adão e Silva como comissário executivo.

A par da estrutura de missão vai funcionar, junto da Presidência da República, uma Comissão Nacional, presidida pelo antigo Presidente da República Ramalho Eanes, que terá a responsabilidade de "aprovar o programa oficial das comemorações e os relatórios de atividades".

Em outubro, o CDS-PP propôs na Assembleia da República a criação de uma sessão solene evocativa do 25 de Novembro, mas o projeto de deliberação foi rejeitado.

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