A “prima moderninha”, o “primo com ideias tontinhas” e o “irmão desaparecido”. Líder do CDS critica IL, Chega e PSD em postal político de Natal

24 dez 2021, 10:50
Francisco Rodrigues dos Santos no vídeo de Natal do CDS-PP

Francisco Rodrigues dos Santos “encena” a “ceia de natal da Direita” para fazer política. Ironizando, critica Iniciativa Liberal, Chega e PSD. Por um tem estima, o outro quer ver pelas costas, o último já se foi embora

Os nomes dos partidos nunca são referidos, mas nem é preciso fazer dois mais dois. Francisco Rodrigues dos Santos fez de um vídeo de natal uma mensagem política. Em vésperas de pré-campanha eleitoral, o presidente do CDS critica a Iniciativa Liberal, o Chega e o PSD para querer afirmar o CDS pelo “papel central” à direita.

Intitulado, “A ceia de natal da Direita”, o vídeo partilhado nas redes sociais recorre à ironia mostrando uma mesa em que o CDS está à cabeceira, dois “primos” sentam-se à sua direita e um “irmão” à esquerda. O conteúdo é todo ele político.

À direita está “a prima moderninha”, também tratada como “prima modernaça”, com referências claras à Iniciativa Liberal: “É uma profissional liberal de sucesso”, que “vive em Campo de Ourique, trabalha nas Amoreiras e só frequenta os salões da moda”. Seguem-se duas rimas: a prima “conhece melhor Londres e Paris do que o resto do país” e “muito bem o Príncipe Real, mas muito pouco o país real". Além disso, tem ideias iguais às do Bloco de Esquerda, “tirando a economia”, e acha que o Estado não deve apoiar quem não teve oportunidades.

Ao contrário da “estima” pela Iniciativa Liberal, o CDS quer “ver pelas costas” o Chega. Este primo tem “ideias um bocado tontinhas”, afirma Rodrigues dos Santos, que aponta contradições: “bate com a mão no peito quando fala da Igreja mas critica abertamente o Papa Francisco, diz-se o maior defensor da tauromaquia mas não vai a uma tourada, diz-se antissistema mas vem do sistema, diz-se pela vida mas tem uma posição dúbia sobre o aborto, diz-se seguidor dos valores cristãos mas quer castrar pessoas e equaciona condená-las à pena de morte”.

O PSD não é tratado como primo, mas como irmão – “irmão desaparecido em combate”. Tratado como liberal nos costumes mas “cada vez mais socialista na economia”, este “familiar” deixou a cadeira vazia para “ir passar o natal com a sua família de esquerda.” Recorde-se que o PSD chegou a admitir coligar-se com o CDS para as legislativas de 30 de janeiro, proposta que Rui Rio acabou por deixar de lado.

A mensagem política é usada para tentar posicionar o CDS como insubstituível por ser “capaz de construir pontes” no espaço político do centro-direita. É que não estamos apenas no natal. Estamos a pouco mais de um mês das eleições legislativas, para as quais o CDS arranca com um nível baixo nas sondagens – bem atrás dos seus dois “primos” e do seu “irmão”.

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