Eleições no Benfica: as respostas dos candidatos ao Maisfutebol

8 out 2021, 23:02
Rui Costa e Francisco Benítez

Cinco perguntas sobre temas que vão do futebol às finanças, passando pela relação com os rivais e a revisão estatutária

Francisco Benítez e Rui Costa concorrem pela primeira vez à presidência do Benfica. O primeiro, 57 anos, empresário no ramo da representação de marcadas, licenciado em marketing e com pós-graduação em gestão, chegou a ser candidato em 2020, mas acabou por desistir para apoiar João Noronha Lopes.

Já Rui Costa, 49 anos, antigo internacional português, com carreira no Benfica, na Fiorentina e no Milan, assumiu a presidência após a suspensão do mandato de Luís Filipe Vieira, que acompanhou nos últimos treze anos: primeiro como diretor desportivo, depois como administrador da SAD e por fim como vice-presidente.

Na véspera de os sócios do Benfica escolherem entre estes dois homens para assumir a presidência do clube, o Maisfutebol colocou-lhes cinco perguntas, de temas que considerava importante ver esclarecidos: desde a estrutura e a política para o futebol às finanças, passando pela relações com os rivais e a revisão dos estatutos.

No entanto, apenas Francisco Benítez respondeu às questões do Maisfutebol. Rui Costa preferiu não fazê-lo, segundo foi explicado ao nosso jornal por estratégia da candidatura do atual presidente, que deu preferência a uma campanha de contacto direto e sem entrevistas, com apenas duas exceções: a BTV e um jornal generalista.

FUTURO

Qual a primeira medida que vai tomar se for (re)eleito?

Francisco Benítez:
«Entre as primeiras medidas que anunciámos para os primeiros 100 dias tem que se destacar obrigatoriamente a auditoria a todo o Grupo Benfica. O Benfica tem que fazer uma viragem clara na sua política de gestão e isso só pode ser feito com transparência total, pelo que temos o compromisso de divulgar os termos da auditoria e apresentar o resultado das mesmas aos sócios em Assembleia Geral para o efeito.»

Rui Costa:
Não respondeu

FUTEBOL

A estrutura do futebol atual com Jorge Jesus, Rui Pedro Braz e Luisão é para ter continuidade se for (re)eleito? E como pretende conjugar a habitual euforia de mercado no clube como a política de aproveitamento do Seixal?

Francisco Benítez:
«Com a época em curso seria uma irresponsabilidade mexer na estrutura direta do futebol. Temos uma proposta concreta para a estrutura do futebol, com diretor desportivo, team manager e diretor de scouting e a partir da próxima época serão as pessoas que terão que se encaixar no perfil definido e não o contrário. Iremos limitar as alterações imediatas à composição da SAD, alterando a prioridade dos ganhos financeiros para os ganhos desportivos. Para esse efeito, o aproveitamento do talento do Seixal não é uma opção, é uma obrigação. A euforia de mercado tem sido promovida pela própria direção em funções, que envia emissários pelo mundo fora para promover e vender as jóias da formação. Nós iremos investir na retenção de talento como prioridade, formando para vencer e não para vender.»

Rui Costa:
Não respondeu

FINANÇAS

O Benfica registou na última época mais de 200 milhões de euros em gastos operacionais, quase metade dos quais em gastos com pessoal. São valores que considera normais ou pretende reduzi-los urgentemente? Admite a entrada de um investidor importante na SAD?

Francisco Benítez:
«O aumento dos gastos com pessoal em época de pandemia representou uma irresponsabilidade enorme por motivos puramente eleitoralistas. O Benfica tem uma folha salarial desajustada à realidade nacional por tratar o Benfica como um entreposto de jogadores em todos os mercados. Há inúmeros gastos supérfluos, demasiados jogadores com contrato, prémios para quem não atingiu qualquer objetivo, ou seja, o dinheiro do Benfica não tem sido tratado com o respeito devido. Investindo de forma efetiva na formacão, reduzindo o número de jogadores com contrato, premiando apenas os bons resultados, tudo contribuirá para facilmente equilibrar as contas do grupo e tornar as nossas equipas mais competitivas. A entrada de investidores na SAD é possível e depende do mercado acima de tudo, uma vez que connosco o Benfica nunca deixará de ter a maioria do capital da SAD.»

Rui Costa:
Não respondeu

RELAÇÕES COM OS RIVAIS

Qual a sua posição no que diz respeito às relações institucionais com Sporting e FC Porto?

Francisco Benítez:
«A relação será puramente institucional, no âmbito do exercício de direitos e deveres enquanto membros da Liga, que devem zelar pela melhoria da competitividade e profissionalismo do futebol português. Não terão certamente a porta do estádio da Luz aberta para celebrar os sucessos dos seus clubes e desrespeitar os sócios do Sport Lisboa e Benfica.»

Rui Costa:
Não respondeu

ESTATUTOS

Ambos defendem uma revisão estatuária. Quais são as alterações nos estatutos e no regulamento eleitoral que considera mais urgentes?

Francisco Benítez:
«Em primeiro ambos têm que ter a aprovação dos sócios em Assembleia Geral, numa discussão alargada e participativa, uma vez que são os sócios os donos do clube e não uma qualquer direção. Destacaria entre as propostas que apresentámos a equiparação dos sócios correspondentes a sócios efetivos. Não podemos ter sócios de primeira e de segunda e continuar a afastar os sócios de fora de Lisboa da vida do clube. Sublinho ainda a necessidade de apresentação de listas separadas para os órgãos sociais. A mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal têm que ser independentes da Direção do clube e não estar subjugados a esta como tem ocorrido. Outros pontos importantes são a revisão do número de votos de cada sócio e das casas, a limitação de mandatos dos órgãos sociais, a revisão dos seus critérios de elegibilidade e finalmente a realização de Assembleias Gerais ao sábado, para permitir a maior participação dos sócios que são os donos do clube e o seu maior património.»

Rui Costa:
Não respondeu

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