"Van Dunem é solução de transição". Costa queria remodelação depois do Orçamento

4 dez 2021, 11:43

António Costa garantiu que Eduardo Cabrita já estava com um pé fora do Governo, como parte de “um novo modelo” mais compacto e “mais adequado aos tempos desafiantes” que se vivem

António Costa afirmou, este sábado, que a escolha da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, para assumir a pasta da Administração Interna é “uma solução sólida”, mas “de transição”, que durará até às eleições legislativas, de 30 de janeiro.

Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro agradeceu a disponibilidade da ministra para acumular funções numa área em que “tem larga experiência” por ter trabalhado de perto com as forças de segurança.

"Preferi uma solução sólida, mas de transição que decorrerá daqui até às eleições", revelou o líder do executivo.

António Costa admitiu que tinha em mente fazer uma remodelação governamental após o Orçamento do Estado, só que o chumbo desse documento veio alterar esses planos. Cabrita era um dos ministros que já estava com um pé fora do Governo, como parte de "um novo modelo", mais compacto e "mais adequado aos tempos desafiantes" que se vivem. 

“Era o que tinha pensado fazer a seguir ao Orçamento, mas que não faz sentido fazer a dois meses das eleições”, reforçou.

Questionado sobre se esta escolha antecipa uma “remodelação alargada” do executivo após o ato eleitoral, o primeiro-ministro sublinhou que é necessário um executivo “renovado, mais curto e ágil”.

Confrontado com o facto de a ministra da Justiça já ter declarado que não tenciona continuar no Governo, o líder do executivo alegou que o futuro político do país está dependente dos resultados das eleições em 30 de janeiro.

Eduardo Cabrita pediu na sexta-feira a demissão do cargo de ministro de Administração Interna, depois de o Ministério Público ter acusado o seu motorista de homicídio por negligência pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.

Numa declaração aos jornalistas, o ministro disse que “mais do que ninguém” lamenta “essa trágica perda irreparável” e recusou que o Governo, o primeiro-ministro, António Costa, e o PS sejam penalizados pelo “aproveitamento político absolutamente intolerável” com o caso.

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