França suspende atividades da Shein após polémica a envolver a venda de bonecas sexuais com aparência infantil

5 nov, 15:43
Shein (Getty Images)

Polémica surge numa semana em que a marca abriu a sua primeira loja física, em Paris

O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, anunciou esta quarta-feira que as autoridades do país vão "suspender" a plataforma mundialmente conhecida de venda de produtos Shein até que a empresa chinesa cumpra a legislação.

"Por instruções do primeiro-ministro, o governo está a iniciar um procedimento para suspender a Shein pelo tempo necessário para que a plataforma demonstre às autoridades públicas que todo o seu conteúdo está finalmente em conformidade com nossas leis e regulamentos", referiu o gabinete de Lecornu, acrescentando que "uma análise inicial será realizada pelos ministros nas próximas 48 horas”.

A decisão acontece depois de a empresa ter sido denunciada por alegadamente vender bonecas sexuais com uma aparência infantil. A descoberta foi feita no final de outubro, quando as autoridades francesas identificaram na loja online da Shein anúncios que apresentavam bonecas sexuais com características infantis. A infração levou a Direção-Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão das Fraudes (DGCCRF) em França a notificar o Ministério Público, que decidiu abrir um inquérito

A polémica surge numa semana em que a marca abriu a sua primeira loja física, em Paris. Vários manifestantes reuniram-se à porta da loja, distribuindo panfletos vermelhos que denunciavam “suspeita de trabalho forçado”, “poluição” e “superprodução”, incentivando ainda as pessoas a assinarem uma petição contra a presença da marca na capital francesa.

Fundada na China, a Shein tem sido acusada de violar normas laborais e ambientais, com o seu modelo de “moda ultrarrápida” a ser criticado por organizações sindicais, políticos e grandes marcas de vestuário. Com a medida anunciada por Lecornu, a Shein enfrenta agora a mais dura reação europeia até agora.

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