Macron quer fundos europeus para novo “corredor” energético entre Portugal e Espanha

Agência Lusa , MJC
20 out 2022, 16:37
Emmanuel Macron, presidente de França, na Cimeira da NATO (AP Photo/Paul White)

Os líderes de Portugal, Espanha e França decidiram avançar com um “Corredor de Energia Verde” para as interligações energéticas entre os países, apostando numa ligação por mar entre Barcelona e Marselha (BarMar) em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus

 O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta quinta-feira que o novo “corredor” de hidrogénio e energias renováveis acordado com Portugal e Espanha para unir Barcelona a Marselha deverá obter financiamento europeu.

“O que fizemos esta manhã é um ponto importante da solidariedade europeia e em dezembro irei a Espanha para finalizar esse projeto, que tem vocação para beneficiar de financiamento europeu”, assegurou Macron à entrada da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) que decorre em Bruxelas.

Macron fazia uma alusão à Cimeira euro-mediterrânica que decorre em 8 e 9 de dezembro na cidade espanhola de Alicante.

Os líderes de Portugal, Espanha e França decidiram avançar com um “Corredor de Energia Verde” para as interligações energéticas entre os países, apostando numa ligação por mar entre Barcelona e Marselha (BarMar) em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus.

O calendário, as fontes de financiamento e os custos relativos à execução do corredor verde BarMar serão debatidos num novo encontro a três em dezembro, no decurso da Cimeira de Alicante.

“Vamos trabalhar os três de forma muito intensa nas próximas semanas, procurando ‘libertar’ a Península Ibérica, construindo um corredor de energias verdes entre Portugal, Espanha e França, e através da França para o resto da Europa”, referiu o Presidente francês.

Segundo Macron, as três capitais vão envolver-se “na intensificação” das “interconexões elétricas e a sua densificação”, para além de “uma interconexão de hidrogénio e energia renovável entre Barcelona e Marselha onde também possa, existir interconexões elétricas”.

“Assim ultrapassa-se, posso dizê-lo assim, o objetivo de que Espanha e Portugal estejam ligados com resto do continente, e este novo projeto corresponde ao nosso objetivo de transição energética e climática”, considerou.

De acordo com o texto acordado entre António Costa, Pedro Sanchéz e Emmanuel Macron, a que a Lusa teve acesso, entretanto, os respetivos ministros da Energia – que também estiveram presentes na reunião – irão começar imediatamente o trabalho preparatório para avançar com o BarMar e também sobre o reforço das interligações elétricas entre Espanha e França, “em ligação estreita com a Comissão Europeia”.

O gasoduto marítimo foi escolhido como sendo “a opção mais direta e eficiente para ligar a Península Ibérica”, principalmente transportando hidrogénio.

Os dois primeiros-ministros ibéricos e o Presidente francês acordaram ainda na necessidade de “concluir as futuras interligações de gás renovável entre Portugal e Espanha, nomeadamente a ligação de Celorico da Beira e Zamora (CelZa)”.

As infraestruturas que serão criadas para a distribuição de hidrogénio “deverão ser tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia”.

Neste sentido, o projeto ibérico Midcat foi abandonado.

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