Na sua primeira entrevista após as eleições, o presidente francês, Emmanuel Macron, diz que apenas nomeará um novo governo depois do fim das Olimpíadas, que terminam a 11 de Agosto
Emmanuel Macron revelou que vai esperar pelo fim dos Jogos Olímpicos de Paris para nomear um novo governo para o país, justificando a decisão com a necessidade de estabilidade política e de evitar a "desordem" durante o evento desportivo que terminará no próximo dia 11 de Agosto.
Em entrevista ao canal de televisão France 2, a primeira desde as eleições legislativas antecipadas do passado dia 7 de julho, o presidente francês rejeitou ainda o nome de Lucie Castets, proposto pela coligação de esquerda Nova Frente Popular, para o cargo de primeira-ministra.
O nome de Castets, uma funcionária pública de 37 anos, foi avançado pela aliança de esquerda minutos antes da entrevista de Macron, que não só desvalorizou a proposta, como aproveitou para sublinhar que, apesar da vitória da Nova Frente Popular, "não há uma maioria de esquerda" no parlamento francês.
"A questão não é o nome proposto por um partido político. A verdadeira questão é qual a maioria que poderá ser construída na Assembleia Nacional para que seja possível ao governo francês aprovar reformas e ver aprovado o seu orçamento do Estado", observou.
Os resultados das eleições legislativas do início de julho, inesperadamente convocadas pelo presidente Macron, colocaram o parlamento francês em suspenso, com uma geometria política incapaz de dar a qualquer partido ou aliança a maioria necessária para a formação de um governo estável.
Emmauel Macron durante a entrevista ao canal de televisão francês defendeu ser necessário "fazer o que todas as democracias europeias fazem (...), sermos capazes de chegar a um compromisso".
No entanto, Jean-Luc Mélenchon, líder da Nova Frente Popular, tem defendido intransigentemente que o novo governo deverá ser liderado por um primeiro-ministro da aliança de esquerda.
A última palavra na escolha do próximo líder do governo francês cabe a Emmanuel Macron que, apesar de não ter estabelecido um prazo formal para a nomeação do novo governo, deixou o compromisso de que o fará depois do final dos Jogos Olímpicos de Paris. Para já mantém-se à frente do executivo o primeiro-ministro demissionário Gabriel Attal.
Por responder fica a questão sobre qual o compromisso que trará a França a tão desejada estabilidade política.