Emmanuel Macron garante que será um presidente para todos: "Ninguém ficará para trás"

CNN Portugal , MJC
24 abr 2022, 20:55

O presidente reeleito da França garante que percebeu a mensagem de "raiva e desacordo" deixada pelos eleitores da extrema-direita e que irá dar-lhe resposta

Perante uma multidão de apoiantes, em Paris, o presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, declarou que pretende ser um presidente para todos os franceses, incluindo daqueles que não votaram nele e naqueles que votaram na sua adversária, Marine Le Pen: "Ninguém ficará para trás".

"Aqueles que escolheram hoje a extrema-direita, a raiva e o desacordo que estão nesses projetos também terão de ter a minha resposta. Esse será um dos meus compromissos", disse o presidente que foi reeleito com mais de 58% dos votos. "Irei responder à raiva que se expressou."

Constantemente interrompido pelos apoiantes, com gritos de celebração, o presidente pediu que não houvesse assobios para Marine Le Pen nem para os compatriotas que nela votaram: "Peço-vos que não assobiem, porque a partir de agora eu já não sou o candidato de um lado mas o presidente de todos e todas", disse.

No seu discurso, Macron lembrou também aqueles que se abstiveram - "o seu silêncio significa uma recusa de escolher" que terá de ser interpretado - e aqueles que, ele sabe, lhe deram o voto, não por concordarem com as suas ideias mas por quererem travar o avanço da extrema direita. Macron sabe que tem a responsabilidade de corresponder também às suas expetativas. 

Este domingo, disse, os franceses escolheram "um projeto humanista, ambicioso para a independência do nosso país, para a nossa Europa, um projeto republicano nos seus valores, social,ecológico, baseado no trabalho e na criação, um projeto de libertação das nossas forças académicas, culturais, empresariais". 

"Este projeto, eu quero defendê-lo com força nos próximos anos, sendo depositário também das diferenças que se expressaran e zelando, dia após dia, pelo respeito de cada um, continuando a trabalhar para construir uma sociedade mais justa, para a igualdade entre os géneros. Temos de ser exigentes, temos tanto trabalho para fazer e a guerra da Ucrânia está aqui para nos lembrar que estamos a atravessar tempos trágicos, onde a França deve fazer ouvir a sua voz, mostrar a clareza das suas escolhas".

"O nosso país está perante tantas dúvidas e tantas divisões, temos de ser fortes. Teremos de todos juntos trabalhar para construir esta unidade, que nos permitirá viver mais felizes na França e enfrentar os desafios que nos esperam porque o futuro não será feliz. Todos juntos vamos escrever o futuro para as novas gerações."
 

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