Inspetora-geral da Administração Interna preocupada com a "fruta podre" das forças de segurança

6 set, 08:30
Polícia concentram-se no Capitólio antes do debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro (José Sena Goulão/Lusa)

REVISTA DE IMPRENSA || Anabela Cabral Ferreira diz que comandantes, nos vários níveis hierárquicos, devem estar "atentos aos sinais" e afastar membros das forças de segurança ligados a "movimentos radicais"

A inspetora-geral da Administração Interna diz que o resultado do inquérito da IGAI sobre os polícias da GNR e da PSP que propagaram mensagens de ódio racistas, xenófobas, misóginas e homofóbicas - e que deu origem a 13 processos disciplinares - mostra que é preciso estar atento à "fruta podre" nas forças de segurança.

Em entrevista ao DN, Anabela Cabral Ferreira afirma que os comandantes, nos vários níveis hierárquicos, devem estar "atentos aos sinais" e afastar membros das forças de segurança ligados a "movimentos radicais". 

"Uma perspetiva preventiva. É por isso que temos em sede de recrutamento procurado que aqueles que têm ideais contrários ao Estado de Direito não tenham lugar nas forças de segurança. Não podemos permitir que alguém que tem como função primordial defender o Estado de Direito e cumprir a Constituição e a lei seja o primeiro a contrariar esse Estado de Direito", afirma.

A inspetora-geral lembra ainda que "os polícias têm, tal como os juízes e os procuradores, obrigações acrescidas de respeito pela Constituição e pela lei".

"Por isso, quando um polícia faz um comentário racista, xenófobo, homofóbico é todo o Estado de direito que fica em causa e é também a própria corporação. Por isso temos insistido muito na necessidade de haver um comando efetivo, porque estas coisas não aparecem do nada. Quer dizer, há sinais a que os senhores comandantes, nos mais diversos níveis hierárquicos, têm de estar atentos. E havendo sinais de que alguém tem este tipo de ideário, os senhores comandantes têm de agir. Assim como têm de agir os próprios camaradas. Quando chegamos a esta parte repressiva, em que temos de afastar a fruta podre, utilizando as palavras da senhora ministra, é porque falhou o comando, falhou a camaradagem, falhou a IGAI também, enquanto entidade formativa, e falhou o ser humano claramente. Falhou muita coisa", acrescenta.

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