Rui Pinto passa a prisão domiciliária e a colaborar com a PJ

8 abr 2020, 19:29

Colaboração validada pela juíza de instrução Cláudia Pina. Advogados do criador do Football Leaks já comunicaram libertação

O português Rui Pinto, criador do Football Leaks e autor das revelações do caso Luanda Leaks, foi colocado esta quarta-feira em prisão domiciliária e vai colaborar com a Polícia Judiciária (PJ), apurou a TVI.

O acordo de colaboração de Rui Pinto com a PJ foi validado pela juíza de instrução Cláudia Pina, num despacho de três páginas, que prevê atenuantes na medida da pena face à previsível futura condenação por vários crimes de acesso ilegítimos e, para já, uma atenuante nas medidas de coação. Rui Pinto passa a viver em instalações da PJ, com segurança constante.

Em simultâneo, o pirata informático compromete-se a desencriptar os dez discos externos que a PJ lhe apreendeu na Hungria, com terabytes de informação, mas que ainda não conseguiram ser descodificados. Corrupção no futebol, teias de influências na polícia, na banca ou no setor da advocacia serão alguns dos temas nos documentos ali constantes. Por terem sido obtidos de forma ilícita, pelas intrusões informáticas nos servidores de empresas e entidades públicas, não podem ser utilizados como prova direta, mas servirão de informação para a PJ em processos em curso ou noutros que podem ser abertos.

Os advogados de Rui Pinto também já confirmaram a o aligeirar da medida de coação do cidadão português, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, há mais de um ano.

«Na presente data, foi revogada a medida de coação de prisão preventiva aplicada a Rui Pinto, tendo o mesmo abandonado já as instalações do estabelecimento prisional anexo à PJ [Policia Judiciária]. Rui Pinto encontra-se agora sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária», refere um comunicado enviado à Lusa pelos advogados William Bourdon, Francisco Teixeira da Mota e Luísa Teixeira da Mota.

Em 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP).

Artigo atualizado às 20h07

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