Imagens de satélite divulgadas pelo New York Times mostram a expansão das infraestruturas militares russas nas proximidades da fronteira finlandesa. É possível observar filas de tendas, veículos militares e a construção de uma base de helicópteros anteriormente não utilizada
A Finlândia está a intensificar a sua segurança face à crescente presença militar russa junto à fronteira, antecipando um possível reforço das tropas russas após o fim da guerra na Ucrânia. Segundo o major-general Sami Nurmi, chefe de estratégia das forças de defesa finlandesas, as autoridades estão a monitorizar as movimentações russas “muito de perto”, numa altura em que a Finlândia, enquanto membro da NATO, está a “preparar-se para o pior”.
Em resposta a esta ameaça, a Finlândia iniciou a construção de uma vedação de 200 quilómetros ao longo da sua fronteira com a Rússia. Na quarta-feira, foi anunciado que os primeiros 35 quilómetros da estrutura foram concluídos. A cerca inclui câmaras e sensores para distinguir pessoas de animais que atravessam a fronteira, visando reforçar a segurança e prevenir possíveis infiltrações.
Imagens de satélite divulgadas pelo New York Times mostram a expansão das infraestruturas militares russas nas proximidades da fronteira finlandesa. É possível observar filas de tendas, veículos militares, a renovação de um abrigo para caças e construções numa base de helicópteros não utilizada.
“Estão a mudar as estruturas e estamos a assistir a preparativos moderados no que diz respeito à construção de infraestruturas perto das nossas fronteiras”, apontou Nurmi, citado pelo The Guardian, acrescentando que, quando a guerra na Ucrânia terminar, a Rússia "poderá reforçar as suas forças terrestres na região".
Apesar destas movimentações, Nurmi sublinhou que “não existe qualquer ameaça militar imediata para a Finlândia ou para a NATO vinda desta direção”, destacando que, após a adesão da Finlândia à NATO em 2023, a Rússia anunciou que iria alterar o seu posicionamento relativamente à zona de fronteira.
A sociedade finlandesa tem reagido com crescente procura por formação em situações de emergência. A Associação Nacional de Preparação para Emergências das Mulheres Finlandesas (Nasta) revelou que mais de 800 mulheres se inscreveram no curso de primavera, com a maioria dos cursos a esgotarem em poucos minutos. Suvi Aksela, diretora de comunicação da Nasta, afirmou que, apesar do aumento do interesse, a construção da vedação não é um tema alarmante para a população, que está habituada a ouvir ameaças da Rússia.
Em resposta às movimentações russas, o presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou as preocupações, dizendo que “não estava nada preocupado com isso” e que a Finlândia e a Noruega “vão estar muito seguras”.