Filipe Sousa, 60 anos, nasceu em Gaula, gosta de tocar acordeão e formou um partido com um dos seus irmãos. Agora, diz, está a viver um momento "histórico"
Estava na sede do Juntos Pelo Povo (JPP), em Santa Cruz, na Madeira, quando percebeu que acabara de ser eleito para a Assembleia da República. Filipe Sousa, 60 anos, é o rosto menos conhecido dos deputados que vão chegar ao hemiciclo nesta nova legislatura.
“Tinha esperança, mas também um pé atrás”, diz Filipe Sousa em declarações à CNN Portugal, pouco tempo depois de ter sido eleito pelo círculo da Madeira nas legislativas deste domingo.
Filipe Sousa nasceu em Gaula, uma freguesia da Ilha da Madeira, aí cresceu com os seus três irmãos. Foi com um deles, o do meio, que formou o partido em 2015.
Gostou desde sempre de política, contou à CNN Portugal a sua mulher Cecília, de 54 anos, com quem tem dois filhos já adultos. Nenhum se envolveu na política.
Nos últimos anos Filipe Sousa foi presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, mas quando era mais novo chegou a entrar na Força Aérea no curso de mecânico de material aéreo, no entanto, acabou por nunca seguir a carreira militar.
Chegou a ser deputado pelo PS, tendo estado na Assembleia Legislativa da Madeira e foi depois presidente da Câmara de Santa Cruz. Decidiu, entretanto, formar o partido com o irmão e hoje conseguiu uma vitória nacional.
Viveu sempre na Madeira, e segundo conta a sua mulher, gosta de ocupar o tempo livre com jardinagem, pesca ou a tocar acordeão. Vai todos os dias ao ginásio e gosta de comer comida saudável. Costuma assistir aos jogos do Marítimo, mas também admira o Benfica. Tem passado quase todo o tempo da sua vida na Madeira, mas agora prepara-se para se mudar para a capital onde todos os dias se vai passar a sentar no lugar que ganhou no parlamento português.
Para Filipe Sousa este é um “facto histórico”, pois é “a primeira vez que os madeirenses e os porto-santenses, entram, através de um partido regional, na Assembleia da República.
Segundo adiantou à CNN Portugal, uma das suas primeiras e principais prioridades vai ser a mobilidade aérea. “Há um diploma aprovado há vários anos”, recorda, que não foi aplicado, garantindo que haverá muitas outras prioridades como os transportes de cargas e a revisão da Lei das Finanças Regionais. Um dos objetivos de Filipe Sousa é que “o país sinta os custos de se viver numa ilha, seja na educação, na saúde” ou noutras questões.
Segundo o novo deputado do Partido Pelo Povo, a sua vitória deveu-se ao trabalho que fez desde 2003 e que mostrou que eram pessoas “de confiança.”