“Todos os dias, um bebé é vítima da síndrome do bebé sacudido”. França lança campanha de alerta nacional

18 jan 2022, 09:32
Pai e filho

Autoridades francesas alertam que “um em cada 10 casos” acaba mesmo com a morte do bebé e, “se sobreviver”, o risco de a vítima ficar com “consequências graves” é elevado

A cada dia um bebé morre vítima da síndrome do bebé sacudido, em França. O alerta está a ser dado pelo próprio governo francês, que na segunda-feira lançou a campanha “Pare de sacudir os bebés”.

A ação de comunicação teve como ponto de partida um anúncio televisivo, em que um bebé chora, o pai grita, ouve-se o som da criança a ser abanada violentamente e, por fim, só silêncio.

O objetivo é alertar pais para o perigo desta prática que pode culminar na morte do recém-nascido ou provocar sequelas graves.

“Todos os dias, em França, um bebé é vítima da síndrome do bebé sacudido”, pode ouvir-se no anúncio.

 

Os dados oficiais da associação francesa Stop Bebe Secoué apontam que mais de 200 bebés são vítimas deste tipo de prática a cada ano. Traumatismos cranianos, que podem refletir-se em sequelas graves, são uma das consequências mais comuns, segundo a Haute Autorité de Santé (HAS), em português Alta Autoridade para a Saúde.

Os dados são também reforçados no anúncio de sensibilização. De acordo com as autoridades francesas, “um em cada dez casos” acaba mesmo com a morte do bebé e, “se sobreviver”, o risco de ficar com “consequências graves” é elevado.

“Sacudir um bebé é abuso que pode ser fatal”, alerta o governo francês.

A Stop Bebe Secoué refere que 20% dos recém-nascidos abanados acabam por morrer, 75% ficam com sequelas irreversíveis e que, em 66% dos casos, a vítima tem menos de seis meses. Nos casos em que o bebé sobrevive, as consequências podem ser “intelectuais, comportamental, visual (podendo passar a sofrer de cegueira completa e permanente) e motoras (como paralisia, crises epiléticas)”.

 A HAS enumera alguns “fatores de risco” ou perfis que tendencialmente estão na origem da prática:

  • Sexo masculino
  • Prematuridade ou complicações médicas perinatais
  • Separação mãe/filho no período neonatal
  • Gravidez múltipla ou próxima
  • Gravidez indesejada
  • Choro inconsolável
  • Dificuldades em adquirir um padrão de sono regular, distúrbios do sono
  • Dificuldades alimentares
  • Intervenções anteriores de serviço social

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