Infantino: «Interromper o Brasil-Argentina desta forma é inaceitável»

19 out 2021, 08:22
Brasil-Argentina interrompido (Sebastiao Moreira/EPA)

Presidente da FIFA diz que declarações falsas devido aos protocolos da covid-19 também «não podem acontecer» e deseja que o jogo se decida «dentro de campo»

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou que o Brasil-Argentina, de apuramento para o Mundial2022, suspenso devido à intervenção das autoridades sanitárias brasileiras, deve ser decidido em campo.

Em 05 de setembro, em São Paulo, a partida foi suspensa após cinco minutos, por supostas violações dos protocolos da pandemia de covid-19.

«É sempre bom decidir os jogos dentro de campo e não fora de campo. Isso [de supostamente fornecer informações falsas na chegada] não pode acontecer, nem uma partida ser interrompida desta forma. É inaceitável e prejudica o futebol», defendeu o líder do organismo que tutela o futebol mundial, em conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira em Buenos Aires.

Contudo, Infantino lembra que «nem sempre é possível, uma vez que existem regras», pelo que é preciso aguardar para «ver o que os órgãos disciplinares da FIFA vão decidir».

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acompanhada com elementos da polícia, irrompeu no relvado do jogo em São Paulo, alegando que quatro jogadores argentinos não cumpriram as regras do combate à pandemia de covid-19, depois de já terem sido instados a ficar em quarentena no hotel.

Os eternos rivais sul-americanos enfrentavam-se na Arena Neo Química, em jogo de apuramento da zona sul-americana para o Mundial2022, interrompido quando estavam decorridos cinco minutos.

O sucedido numa partida entre «as duas equipas mais gloriosas da América do Sul» marcou um momento de «loucura», mas também foi um exemplo dos «desafios que apresenta a covid-19» a clubes, associações continentais e governos, declarou Infantino, na altura.

A Anvisa acusou quatro jogadores do conjunto albiceleste, que jogam em Inglaterra, de terem fornecido «informações falsas» nos dados de entrada no Brasil, ao não revelarem a permanência em solo britânico nos 14 dias anteriores, facto que obrigaria a um período de quarentena, já que o país estava na lista vermelha do Brasil na luta contra a covid-19.

Giovanni Lo Celso e Cristian Romero, treinados no Tottenham pelo português Nuno Espírito Santo, Emiliano Martínez e Emiliano Buendia, que atuam no Aston Villa, são os jogadores visados pelas autoridades.

Os quatro jogadores acabaram por ser colocados em quarentena quando chegaram ao Brasil, tendo também sido aconselhados a «regressar ao país de origem».

Depois de alguma discussão, a equipa da Argentina abandonou o relvado do encontro, enquanto os jogadores do Brasil ficaram em campo a realizar um treino.

Os argentinos, escudados pela autorização da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), negaram qualquer conduta imprópria e o presidente interino da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, considerou que a Anvisa «excedeu os limites do bom senso» ao interromper o jogo.

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