Buscas a Medina: emails com “grande interesse” sobre a Torre de Picoas

23 mai 2023, 20:36

EXCLUSIVO. No computador de Fernando Medina foram encontrados, em 2018, emails relevantes para a descoberta da verdade num conhecido processo-crime que nasceu em 2015, relacionado com as decisões camarárias que permitiram a polémica construção da Torre de Picoas, que serve de sede na capital à consultora KPMG. Veja a investigação todos os dias desta semana no Jornal Nacional da TVI e na CNN Portugal

A Polícia Judiciária considera os emails como sendo de “grande interesse probatório” quanto a factos que envolvem Fernando Medina, Duarte Cordeiro e Manuel Salgado, três responsáveis da autarquia de Lisboa à época. As suspeitas são de prevaricação e abuso de poder.

As primeiras suspeitas apontavam a Manuel Salgado, então vereador do Urbanismo, denunciado nomeadamente pelo anterior vereador da Mobilidade da câmara Fernando Nunes da Silva. Em 2018, este contou ao semanário ‘Sol’ que o antigo proprietário do terreno onde agora está a Torre de Picoas, Armando Martins, viu a câmara rejeitar-lhe sucessivos projetos, durante duas décadas. E o responsável pelas recusas seria Manuel Salgado.

Ao Sol, Nunes da Silva contou que Armando Martins queria construir “16 ou 17 mil metros quadrados” no terreno, mas os vários Planos Diretores Municipais não o admitiam. Então Armando Martins decidiu fazer uma hipoteca de 15 milhões de euros sobre o terreno ao BES. Mais tarde, sem poder construir e sem meios para pagar a hipoteca, acabou por entregar o terreno ao BES. Nessa altura, segundo Nunes da Silva, “já tinha sido aprovado o regulamento do novo Plano Diretor Municipal, que estava em discussão pública” e permitiria a Armando Martins construir – mas essa informação terá sido alegadamente escondida ao proprietário pelo vereador Salgado.

Existem, assim, suspeitas de favorecimento ao BES, que ficou com o terreno onde nasceu a torre de Picoas – e agora fica a saber-se que a investigação se estende a Fernando Medina e Duarte Cordeiro, tendo sido apreendidos ao primeiro emails com “grande interesse probatório sobre o caso”.

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