Medina vai manter descida de impostos em sede de IRS e aumento igual à inflação para a função pública. Entrevista à CNN

25 mar 2022, 00:11

Futuro ministro das Finanças esclarece que o objetivo é apresentar e aprovar "muito rapidamente" o Orçamento do Estado de 2022 após a tomada de posse do novo Governo

Fernando Medina garantiu que a descida de impostos em sede de IRS que estava prevista no Orçamento para 2022 chumbado na Assembleia da República se vai manter. Aquele que foi um dos principais compromissos políticos da campanha socialista não será esquecido no Orçamento do Estado que o novo executivo vai apresentar "muito em breve". 

“Essa descida vai manter-se. O Orçamento que vai ser apresentado muito em breve corresponderá àquilo que foi o compromisso político de campanha”, diz Fernando Medina.

No habitual frente a frente das quintas-feiras com a antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, o futuro ministro das Finanças assegurou que vai "manter o que estava previsto". O documento que será apresentado será o "Orçamento que estava previsto adaptado".

Fernando Medina esclarece que o objetivo é apresentar e aprovar "muito rapidamente" o Orçamento do Estado de 2022 após a tomada de posse do novo Governo.

Aumentos na função pública

Quanto aos aumentos na Função Pública, o socialista lembra que "o critério que vigorou até agora no Governo que está em funções, não no próximo, era que os aumentos corresponderiam ao aumento da inflação do ano anterior", acrescentando que este é também o princípio previsto pelo Orçamento de 2022.

"Foi feito até agora e é isso que prevê o Orçamento de 2022, que é fazer o aumento correspondente à inflação de 2021”, explica. Fernando Medina chama a atenção, no entanto, para o "período de enormíssima volatilidade” que o mundo atravessa e diz estar preparado para ser um dos ministros das Finanças mais escrutinados desde o início da República Portuguesa. Para já, defende, é fulcral "uma concentração no apoio aos setores que vão ser afetados [pela guerra], relativamente a questões mais imediatas como os combustíveis”.

O socialista confessou ainda que respondeu "com muito gosto" ao convite do Primeiro-ministro para ser ministro das Finanças, mas recusou-se a comentar eventuais sucessores de António Costa. "Essa conversa dos sucessores, é uma conversa que eu nunca alimentei ao longo dos anos. Ouvia-a, mas sempre estive focado no desempenho das funções que tenho em cada momento”.

Ferreira Leite questiona hierarquia do novo Governo

Manuel Ferreira Leite, antiga responsável pelas contas nacionais, acredita que o facto de Fernando Medina ser o sexto na hierarquia do novo Governo e de o gabinete não deter a tutela da Administração Pública poderá dificultar-lhe a tarefa no cargo de ministro das Finanças.

O ministério surge atrás das pastas da Presidência, Negócios Estrangeiros, Defesa Nacional, Administração Interna e Justiça, que , na opinião da comentadora da TVI/CNN Portugal, deveriam ter de prestar contas antes de tomarem decisões.

“O conselho que lhe poderia dar era não ter aceitado ficar em sexto lugar. Era fundamental que o ministro das Finanças fosse olhado como um ministro que as pessoas, antes de tomarem decisões ou anunciarem os seus propósitos, têm que saber se isso se encaixa não só nas condicionantes orçamentais que existem como na política macroeconómica que é definida pelo ministro das Finanças”, lembra Ferreira Leite.

Na hora do adeus, a social-democrata desejou "as maiores felicidades" ao colega de painel, lembrando que "a vida é o que é" e que nem todos os comentários que irá ouvir no futuro vindos dela serão positivos.

“Desejar as maiores felicidades ao dr. Fernando Medina e dizer que vou fazer todos os esforços para não o criticar assim com muita violência, mas a vida é o que é. Portanto, não prometo nada”, culminou.

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