Elementos das forças de segurança decapitados e número indeterminado de civis "liquidados" em motins no Cazaquistão

Andreia Miranda , com Lusa
6 jan 2022, 11:41

Rússia enviou um "contingente de manutenção da paz" para intervir

Treze elementos das forças de segurança e um número indeterminado de civis foram mortos durante os protestos que abalam o Cazaquistão há vários dias, anunciaram as autoridades locais na televisão pública, citados pela Reuters. A mesma fonte avança que dois dos elementos das forças de segurança foram decapitados. 

O canal de notícias estadual Khabar-24, que cita o gabinete do comandante da cidade, avança que 353 polícias ficaram feridos. Antes disso, a polícia informou que dezenas de manifestantes foram mortos durante ataques a prédios do governo, sendo que mais de 200 pessoas foram detidas. De acordo com a Reuters, o ministro do Interior afirma que não se sabe quantos civis foram mortos ou feridos.

No entanto, as autoridades já anunciaram que mais de 1.000 pessoas ficaram feridas nos protestos e motins, 400 delas hospitalizadas. Houve tentativas de invadir edifícios em Almaty durante a noite e "dezenas de agressores foram liquidados", disse o porta-voz da polícia, Saltanat Azirbek.

Contigente militar russo a caminho

Uma aliança militar liderada pela Rússia - a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) - enviou um "contingente de manutenção da paz" ao Cazaquistão a pedido das autoridades do país. O presidente do Cazaquistão, Kasim-Yomart Tokayev, apelou na quarta-feira à noite à CSTO para ajudar a pôr fim à agitação em massa, que descreveu como uma "ameaça terrorista".

"É um enfraquecimento da integridade do Estado e, o mais importante, é um ataque aos nossos cidadãos que me pedem para ajudá-los com urgência", afirmou Tokayev. Os protestos começaram a 2 de janeiro, em resposta ao aumento do preço do gás liquefeito, o principal combustível automóvel utilizado nesta nação da Ásia Central.

O Cazaquistão enfrenta os piores protestos de rua a que o país já assistiu desde que se tornou independente, há três décadas.

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