Tudo o que precisa de saber para evitar escaldões, envelhecimento prematuro e cancro de pele este verão

CNN , Madeline Holcombe
23 jul 2022, 11:00
Apanhar sol. Clara Margais/picture alliance/Getty Images

A mancha avermelhada, a pele sensível e os dias de descamação são apenas alguns dos aspetos que fazem parte da história dos danos causados pelo sol.

As queimaduras solares, ou escaldões, é a prova instantânea de demasiado tempo passado ao sol sem proteção, mas o que muitas vezes não vemos de imediato é o envelhecimento acelerado da pele e o risco de cancro.

“Infelizmente, as taxas de cancro da pele ainda estão a aumentar, e nós fazemos tudo o que podemos para tentar minimizar este problema. A utilização de protetor solar é uma componente importante contra esta batalha”, disse Darrell Rigel, professor clínico de dermatologia na Mount Sinai Icahn School of Medicine, em Nova Iorque.

O The Environmental Working Group (EWG) divulgou recentemente o seu guia anual de utilização de protetores solares, que inclui uma lista de recomendações de protetores, incluindo opções para crianças, variedades minerais e não minerais, e hidratantes e bálsamos labiais com SPF. De acordo com um porta-voz, o EWG não recebe qualquer lucro a partir destas listas.

O guia chega a tempo para os meses mais quentes, pois muitas pessoas começam a passar mais tempo fora de casa. No entanto, os dermatologistas salientam que uma boa proteção solar é importante durante o ano inteiro, quer esteja frio ou nublado, ou quer esteja sentado junto a uma janela, a esquiar, ou na praia.

“Obviamente, é durante o Verão que estamos mais expostos a um sol mais quente, mas é importante termos consciência de que a radiação ultravioleta é um cancerígeno comprovado e reconhecido, sem esquecer que pode acelerar o envelhecimento da pele”, disse Adam Friedman, professor e presidente do departamento de dermatologia da George Washington School of Medicine and Health Sciences.

Quem precisa de protetor solar?

A resposta curta: Toda a gente.

A resposta mais longa: Uma pele mais escura oferece mais proteção contra o sol, mas isso não significa que seja completamente imune aos danos causados, disseram os especialistas.

De acordo com dados norte-americanos, as pessoas de cor correm menor risco de melanoma do que os caucasianos, mas ainda assim correm algum risco, informou Rigel.

Se procurarmos imagens de um escaldão, é provável que só veja as marcas vermelhas em peles pálidas, e isso relaciona-se com a falta de representação nestas situações, observou Friedman. As queimaduras solares podem ocorrer em todos os tipos de pele, de todas as cores, e causar o envelhecimento prematuro em qualquer pessoa.

O problema é que a representatividade também é limitada quanto à proteção solar. Mesmo em peles claras, o protetor solar é muitas vezes espesso, denso e demasiado branco. Para as pessoas de cor, é ainda mais problemático. “Não há um produto que seja adequado para todos”, disse Friedman. “Encontrar um que fique bem na cor da pele nem sempre é fácil”.

Felizmente, alguns protetores solares de base mineral estão a lançar uma nova linha de protetores que possuem alguma cor de forma a combinar com os diferentes tons de pele. No entanto, Friedman aconselha a encontrar um que combine bem com o seu tom e o faça sentir bem para que possa usá-lo regularmente.

“O melhor protetor solar é aquele que você irá usar vezes e vezes sem conta”, disse ele.

Como aplicar

Deve utilizar cerca de 28 gramas, ou um copo de licor cheio, de protetor solar, sugere Carla Burns, diretora sénior da EWG para a ciência cosmética.

“Recomendamos que opte por produtos em loção em vez da fórmula em stick, pois é muito mais fácil de obter uma camada uniforme de proteção adequada”, acrescentou ela.

Segundo Rigel, existem dois tipos de protetores solares: os que se usam diariamente e os que se usam quando se tenciona passar um tempo prolongado no exterior.

No uso diário, Friedman recomendou encontrar produtos que sejam hidratantes ou maquilhagem com SPF, de forma a garantir que a proteção solar se torne parte do seu dia a dia.

Se vai passar um dia ao sol, Burns salientou que é importante lembrar-se de reaplicar o seu protetor solar a cada duas horas, ou depois de brincar na água, de modo a manter o nível de proteção adequado.

Em qualquer dos casos, o protetor solar deve ser colocado em zonas que estejam expostas ao sol, isto é, o seu rosto, mãos, orelhas ou até mesmo no cor cabeludo. Os seus lábios e as áreas à volta dos seus olhos têm uma pele mais fina e são vulneráveis aos danos solares, portanto certifique-se também de os proteger.

Qual é o melhor nível de proteção?

“Você precisa de pelo menos um SPF 35”, referiu Rigel.

Mas será que existe um máximo? Bem, é esse o ponto em que os especialistas diferiram nas suas recomendações.

O EWG não recomenda protetores solares com o SPF demasiado elevado, alegando que induzem as pessoas a pensar que podem ficar ao sol durante um período de tempo mais longo sem reaplicar o protetor.

E não, não se pode ficar na rua mais tempo se tiver um SPF 100, disse Rigel. Porém, ele disse que recomenda frequentemente aos seus pacientes que optem pelo número mais elevado.

O que procurar no rótulo

Alguns protetores solares não minerais utilizam um ingrediente chamado oxibenzona, que tem sido associado a danos na vida marinha. Nos últimos anos, alguns países e regiões proibiram a venda de produtos que contêm este composto orgânico devido a preocupações ambientais, disse Burns.

Que outras precauções devemos tomar?

Os protetores solares são ferramentas úteis para proteger o corpo humano contra danos solares e cancro de pele, mas não são os únicos.

Quando possível, também pode ser útil usar um chapéu, cobrir-se com roupa, evitar as horas mais quentes do sol (das 10 às 16 horas) e ficar à sombra, referiu Emily Spilman, uma analista científica da equipa da vida saudável do EWG.

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