Ativista do Femen denuncia polícia que lhe agarrou os seios num protesto

TVI , MCP
12 abr 2023, 14:44
Femen (getty)

Até ao momento, nunca nenhuma ativista tinha sofrido de abuso sexual durante as detenções. Aconteceu em Madrid.

Um polícia espanhol foi intimado por abuso sexual depois de agarrar uma ativista do grupo feminista Femen, pelos seios, durante um protesto. 

O caso aconteceu em 20 de novembro. Três ativistas do Femen, incluindo a queixosa, realizaram, como vem a acontecer nos últimos anos, um protesto “simbólico e pacífico” contra uma homenagem ao ditador Francisco Franco, na Plaza de Oriente de Madrid.

De acordo com o jornal El País, a denúncia refere que a “ação repete-se há vários anos no mesmo local e sempre foi interceptada pela Polícia” pelo que se tornou “óbvio que este ano a Polícia antecipou a ação e estava disposta a abortá-la desde o começo”.

Não sendo um impedimento, as mulheres apareceram a gritar “ao fascismo, sem honra, sem glória” e, no momento em que tiram os casacos e mostram o corpo nu com reivindicações escritas, vários agentes foram ao seu encontro. Segundo a denúncia, citada pelo El Mundo, uns “com óbvio profissionalismo” enquanto que o que foi contra a vítima, por trás, apertou-lhe os seios com as duas mãos, “o que era claramente desnecessário para a prisão”.

“Ele abusou da sua posição de superioridade e aproveitou-se da sua condição de agente de autoridade”, continua.

A sequência dos acontecimentos foi capturada por um fotojornalista, que vai depor como testemunha na audiência desta quarta-feira. 

O agente investigado não foi identificado pela ativista. Só depois de admitida a denúncia, o juiz ordenou a sua identificação a partir das fotografias tiradas pelo fotojornalista.

A advogada da denunciante, Endika Zulueta, destacou que esta é a primeira denúncia apresentada por uma ativista do Femen contra um polícia "na história judicial espanhola", já que "até ao momento nenhum abuso sexual foi sofrido durante as detenções" após as ações do coletivo.

O juiz do tribunal de Madrid, que considera que os factos “apresentam características que levam a presumir a possível existência do crime” vai ouvir o agente esta quarta-feira assim como o testemunho do fotojornalista que presenciou a cena.
 

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados