É um crime frequente no país e geralmente perpetrado pelos parentes, que acusam as vítimas de praticar atos sobrenaturais, responsabilizando-os por desavenças familiares e infortúnios
Pelo menos oito pessoas acusadas de feitiçaria foram assassinadas num distrito da província da Zambézia, avançou esta quarta-feira o comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) naquela região do centro do país.
Os homicídios foram registados em três povoados do Posto Administrativo de Nante, no interior do distrito da Maganja da Costa, explicou à emissora pública moçambicana o comandante distrital da PRM no distrito da Maganja da Costa, António Amalique.
“São homicídios cometidos sob alegação de superstição. É mesmo justiça pelas próprias mãos, em que as pessoas, ao invés de aproximar-se aos órgãos legalmente instituídos, optam pela resolução dos casos”, lamentou António Amalique.
O assassínio de pessoas acusadas de feiticeira é frequente nas zonas rurais moçambicanas, tendo pessoas idosas como as principais vítimas.
É um crime frequente e geralmente perpetrado pelos parentes, que acusam as vítimas de praticar atos sobrenaturais, responsabilizando-os por desavenças familiares e infortúnios.
Só na província de Inhambane, no sul de Moçambique, em 2020, pelo menos 17 idosos foram assassinados por acusações de feitiçaria, maioritariamente feitas por familiares, segundo os últimos dados das autoridades avançados à Lusa naquele ano.