Treinador do FC Porto considera que a equipa deu «uma prova de caráter e personalidade» na última jornada. «Somos A equipa mais forte, mas isso só não chega.»
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações na flash interview à Sport TV, após a vitória (3-0) no Dragão, frente ao Vitória de Guimarães, na 34.ª e última jornada da Liga:
«[FC Porto entrou focado, mas com vontade de a cada golo querer mais] Antes de falar do jogo, dar uma palavra à instituição Futebol Clube do porto, que inspira toda a gente a dar o seu máximo ao longo do ano. Em segundo lugar, para os adeptos, que sustentam a alma do clube. Em terceiro, uma palavra para os jogadores, para o staff, para os diferentes departamentos que trabalham connosco e colaboram a 200 por cento para que o FC Porto continue a ser um clube, uma instituição que, ano após ano, marque de forma forte aquilo que é a sua marca nos diferentes títulos nacionais e também na Europa, neste caso a Liga dos Campeões.
Do jogo há pouco a dizer. Fomos uma verdadeira família dentro do campo, no sentido de perceber - o que não era fácil, não dependíamos de nós - que, independentemente do que pudesse ocorrer no jogo do adversário que ia à frente, tínhamos de fazer o nosso, demonstrar e dar uma prova de caráter, de personalidade, perceber que nestes momentos que são difíceis, e quem esteve nestas situações sabe o que estou a dizer. Ver uma equipa dedicada, ambiciosa, muito determinada… independentemente da expulsão, isso notou-se. É um orgulho para mim como treinador.
Há pouco a dizer, o Vitória tentou organizar-se, mudar o que tinha a mudar com uma jovem equipa que vai estar nas pré-eliminatórias da Liga Conferência. Temos de dar o mérito ao Moreno, à sua equipa técnica e a todos estes jovens que este ano fizeram um percurso fantástico. Mas o jogo não teve história.
Mais uma vez, nos grandes momentos, ou nos momentos onde a equipa necessitava de dar uma resposta, em muitos momentos durante a época deu. Faltou-nos alguma desta consistência no início. Tivemos de ir sempre atrás do prejuízo e isso custou muito. Continuo a dizer… foi há algum tempo, mas isto é vivido com tanta intensidade que pensamos que foi há pouco. Agora é que me estou a lembrar. Foi no jogo com o Benfica [na primeira volta]. Continuo a achar que somos a melhor equipa, independentemente do Benfica ter feito uma primeira volta fantástica, fomos a melhor equipa na segunda volta. No final, ganhou quem foi mais regular, quem tem mais pontos.
[Benfica é justo campeão?] Não quis dar essa resposta na antevisão, temos de ver muitas situações que ocorreram este ano. Não é momento para isso. Também disse, sem tirar mérito à equipa que ganhou o campeonato – neste caso o Benfica – e ao seu treinador e a todas as pessoas que fazem parte do clube, em momentos importantes para nós, houve algum demérito nosso mas também houve situações que nos prejudicaram ao longo da época. Estou a falar de arbitragem, depois podemos falar de algumas lesões que tivemos… Começava a enumerar algumas coisas, que nunca foram desculpa para mim. Sabem que nunca foi motivo para me desculpar de um resultado negativo. Quando digo que dentro do balneário confio em todos que trabalham de forma fantástica, não posso dizer depois que faltou este ou aquele. As contas são o que são, há uma frustração grande de todo o balneário, porque continuo a achar que fomos e somos a melhor equipa. A equipa mais forte. Mas isso só não chega.
[Público não arredou pé] Há um misto de emoções, sentir que os adeptos percebem... Já tenho muito anos de casa, não só como treinador, mas enquanto jogador, e sei que é preciso a equipa ter determinadas características que vão ao encontro daquilo que é o adepto. Eles revêem-se muito na equipa e isso é motivo de orgulho. Quando ganho não sou muito efusivo, imagine quando perco. Temos de, momentaneamente, baixar a cabeça, olhar para o nosso símbolo e perceber que temos uma semana de trabalho e um título para ganhar.
[Taça pode salvar a época?] Foi um ano positivo, não foi muito positivo. Ganhámos dois títulos, conseguimos uma qualificação direta para a Liga dos Campeões, que é sempre importante para o clube e estamos na luta por um terceiro título. Muito positivo seria ganhar os quatro. Hoje, perdemos um. Éramos detentores dos quatro títulos nacionais, temos de ir à luta pelo próximo que é a Taça de Portugal.»