FC Porto-Al Nassr, 4-0 (destaques)

Samuel Santos , Estádio do Dragão, Porto
28 jul, 21:02

Pérolas do presente e talento ibérico para projetar a Supertaça

A FIGURA DO JOGO: Nico González

A maior certeza no renovado figurino do FC Porto. Renovado, entenda-se, quanto à atitude e à leveza na construção. Obviamente, um adversário como o Al Nassr nunca complicaria – num dia normal – a vida aos dragões. Em todo o caso, o médio espanhol revela-se decisivo na construção, sendo responsável pelo elo ao ataque, mas também determinante no momento de visar a baliza contrária.

Assim foi este domingo, bisando de cabeça, ora após cruzamento de João Mário, ora face a uma oferta de Otávio, médio dos sauditas.

Foi o mais vistoso dos dragões e será, ao que tudo indica, o mais criativo no miolo, confiando a missão defensiva a Grujic e Varela, e combinando com o trio mais adiantado.

O MOMENTO DO JOGO: Iván Jaime, por fim

O avançado espanhol assinou o 2-0 e protagonizou o 4-0, sofrendo a falta que originou o penálti convertido por Gonçalo Borges. Depois de uma época «tímida», a certo momento até afastado das opções de Sérgio Conceição, Iván Jaime parece apto para perfumar o ataque dos dragões, deambulando para o centro do ataque, nas costas do ponta de lança.

Outros destaques.

Gonçalo Borges: o mais veloz e interventivo no ataque. Confiante – liberto das amarras da dúvida e pressão – deambulou entre o meio e a ala direita, combinando com João Mário e Namaso para «bater» os adversários em velocidade. Sempre a espreitar mais uma finta, ou mais um pormenor técnico, protagonizou inúmeras jogadas, para deleito dos adeptos.

Na ausência de Pepê e Francisco Conceição, e uma vez que Galeno foi suplente, Gonçalo Borges aproveitou e deu seguimento a uma pré-época promissora.

Cláudio Ramos: na ausência de Diogo Costa – até ver temporária – o guardião continua intacto nas escolhas de Vítor Bruno. Nas raras ocasiões em que foi chamado a intervir, venceu os duelos, no relvado, no ar e até de cabeça. Como prometeu nas épocas pelo Tondela, é um guardião para o topo do futebol nacional.

Martim Fernandes, Rodrigo Mora, Vasco Sousa: as mais sonantes pérolas da formação dos portistas. Velozes, determinados – por vezes excessivamente ambiciosos – justificam o lugar entre os mais experientes. Serão, pelo menos, alternativas essenciais ao longo da temporada. A técnica é superlativa e madura, pelo que a margem de progressão é muito grande. O FC Porto tem em mãos o presente. É aproveitar enquanto dura.

Alex Telles e Otávio: eternos no Dragão, mas apagados no relvado. Foram o espelho de um Al Nassr a léguas do FC Porto e do nível do futebol português. Ainda que Cristiano Ronaldo e Laporte continuem de férias, a equipa saudita foi um adversário «simpático» para o FC Porto elevar as expectativas para a Supertaça. Ou seja, o verdadeiro «teste de fogo» dos dragões acontecerá na Supertaça, ante o Sporting.

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