FC Porto-Al Nassr, 4-0 (crónica)

Samuel Santos , Estádio do Dragão, Porto
28 jul, 20:37

Prata da casa, certezas e motores aquecidos para a Supertaça

Foguetes, expectativa, leveza e tranquilidade. Poderiam ser as ideias chave da tarde deste domingo, no Estádio do Dragão. A versão 2024/25 do FC Porto foi revelada e brindada com goleada sobre o Al Nassr, por 4-0.

Numa partida de toada única – e morna – os comandados de Vítor Bruno deram seguimento à festa do pré-jogo.

Antes de a bola rolar, 34 jogadores subiram ao relvado, revelando o dorsal. Quanto a novidades, apenas o 4 atribuído a Otávio Ataíde e o 26 de David Carmo.

Entre foguetes, cânticos, aplausos e aquecimento, a estrutura de André Villas-Boas assinalou o regresso de Luís Castro, Alex Telles e Otávio à Invicta.

 

Em simultâneo, a partida com o Al Nassr foi o mote ideal para o basco Zubizarreta – diretor desportivo dos portistas – trocar galhardetes com Fernando Hierro, homólogo do emblema saudita. Um momento carregado de simbolismo, relativo à história do futebol espanhol e a tantos duelos entre Barcelona e Real Madrid.

 

Recorde, aqui, o filme desta partida e de toda a apresentação do FC Porto.

Vítor Bruno apostou em Cláudio Ramos na baliza, acompanhado por Martim Fernandes e João Mário nas laterais, e Zé Pedro e Otávio no meio. No miolo, Grujic, Alan Varela, Iván Jaime, Nico González e Gonçalo Borges trataram de edificar a ponte com Damaso.

De fora da convocatória ficaram Diogo Costa, Francisco Conceição, Pepê, Gonçalo Ribeiro, Eustáquio, Evanilson e Wendell, além dos lesionados Marcano e Zaidu.

Entre os sauditas, Luís Castro apostou em Alex Telles, Otávio, Brozovic, Talisca e Mané de início. Longe da digressão por Portugal permanecem Cristiano Ronaldo e Laporte, enquanto o guardião Bento recupera de lesão. «E quanta falta fazem», pensará Luís Castro.

Perante um Dragão quase lotado – com mais de 47 mil adeptos – os anfitriões recusaram-se a partilhar a batuta do encontro. Como tal, a velocidade de Gonçalo Borges e João Mário convidou os azuis e brancos a visarem a baliza saudita.

Entre ensaios de remate e estudo da organização defensiva da turma de Luís Castro, Vítor Bruno exigia velocidade no contra-ataque e pragmatismo no último terço. Ainda assim, foram necessários 18 minutos para sentir o perfume dos portistas.

Pelo meio, Marko Grujic «rasgou» a defesa contrária, servindo, à direita, João Mário. Desprovido de pressão, o lateral direcionou o cruzamento para o segundo poste, ao gosto da cabeça de Nico González.

 

Encontrado o antídoto para esta defesa do Al Nassr – muito frágil, diga-se – Iván Jaime elevou a festa nas hostes da casa, aos 22m. Espreitando o passe em profundidade, o avançado espanhol agradeceu a assistência de Namaso para encher o pé, perante o guardião condenado.

Processos simples, sem forçar o talento. A confiança e o entrosamento asseguram-se de elevar a preparação deste «rejuvenescido» FC Porto.

 

De sentido único, o FC Porto confirmou a goleada aos 31m, uma vez mais por Nico González. Mas, desta feita, o médio contou com a preciosa ajuda de Otávio, médio do Al Naasr. Na sequência de um lançamento longo, o «baixinho» dos sauditas quis atrasar, de cabeça, para o guarda-redes. Todavia, González estava atento e aproveitou a oferta para saltar e bisar no encontro.

 

Antes do intervalo, Cláudio Ramos, aproveitando uma rara aproximação dos sauditas, somou créditos junto do tribunal do Dragão. Face ao cabeceamento do central Amrim, na área, o guardião voou para desviar o esférico, junto à trave. Face à ausência de Diogo Costa – até ver, temporária – Ramos continua intocável no «onze» de Vítor Bruno.

Em cima da pausa, aos 45+5m, Iván Jaime foi carregado em falta, a «queimar» a linha da grande área. Por isso, Gonçalo Borges capitalizou a oportunidade, cravando o quarto golo dos dragões no marcador.

 

Ao marcar um golo e originar outra ocasião, Iván Jaime vai somando créditos no universo portista, justificando, por fim, o talento que convenceu os dragões a investirem no espanhol, há um ano.

O mesmo se poderá escrever sobre Nico González, na última época tantas vezes visado por exibições inseguras. Hoje, é um médio mais maduro, apostado em se evidenciar, ora na construção, ora na finalização.

Quanto aos destaques neste encontro, poderá ler, aqui.

Prata da casa, o mote para o presente

No segundo tempo, a partir dos 64m, Vítor Bruno revolucionou o «onze», apostando em Samuel Portugal, David Carmo, Fábio Cardoso, Vasco Sousa, André Franco, Rodrigo Mora, Galeno e Toni Martínez.

Mais tarde, aos 82m, o timoneiro dos dragões lançou Gabriel Brás, Gonçalo Sousa e Fran Navarro.

Até final, Vasco Sousa – apesar da altura – cabeceou à barra, após combinação com Martim Fernandes. Esta é uma das principais ideias a extrair da apresentação do FC Porto: a debilidade financeira dos dragões – até ver sem qualquer reforço na equipa principal – é colmatada com as pérolas do Olival. Ainda que este recurso seja aplicado em situação de extrema necessidade, a verdade é que dar ao desbarato jovens talentos como Rodrigo Mora, Martim Fernandes e Vasco Sousa, seria – permitam-me – «criminoso».

E assim termina a pré-época do FC Porto. Entre o estágio na Áustria e particulares em solo luso, os comandados de Vítor Bruno venceram a Sanjoanense, Desp. Chaves, Nacional, Al-Arabi, Áustria Viena, Tatbánya, Sturm Graz e Al Nassr. Em todo o caso, importante ressalvar que o campeão austríaco – o Áustria Viena – foi o adversário de calibre superior, alinhado com futuros adversários na Liga Europa.

Este foi o derradeiro teste antes da Supertaça, ante o Sporting. O primeiro troféu da época será disputado às 20h15 do próximo sábado, em Aveiro.

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