Nuno Ribeiro garante que Pinto da Costa não sabia de nada
O ex-diretor desportivo da W52-FC Porto Nuno Ribeiro disse em tribunal que «todos» os ciclistas da equipa «se dopavam». No entanto, Ribeiro garante que o antigo presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, desconhecia o esquema de doping.
As palavras foram proferidas no julgamento da operação «Prova Limpa», que tem 26 arguidos, incluindo ex-ciclistas e que decorre num pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
Segundo a agência Lusa, na sessão de 18 de novembro, o arguido afirmou que havia doping durante todo o ano na equipa de ciclismo, financiado e incentivado pelo patrão Adriano Quintanilha, «mestre da manipulação, que queria ganhar a todo o custo».
Na manhã desta quinta-feira, Ribeiro disse que «todos [os ciclistas da equipa] se dopavam», pois, só assim, conseguiriam vencer, situação que era do conhecimento de «toda» a estrutura da equipa de ciclismo, incluindo dos dirigentes.
Nuno Ribeiro contou que Pinto da Costa acompanhou a equipa em algumas provas, sobretudo nas mais importantes, como a Volta a Portugal, afirmando que o antigo presidente do FC Porto «não sabia do esquema de doping» que existia no seio da equipa.
Nuno Ribeiro disse que os atletas confiavam em si e que falavam com ele sobre doping, nomeadamente se deviam tomar um determinado produto ou outro, e que se limitou a dar a sua opinião, voltando a negar que tenha instigado a toma dessas substâncias pelos ciclistas.
Os 26 arguidos respondem por tráfico de substâncias e métodos proibidos, mas apenas 14 por administração de substância e métodos proibidos.
Entre estes estão Adriano Teixeira de Sousa, conhecido como Adriano Quintanilha, a Associação Calvário Várzea Clube De Ciclismo – o clube na origem da equipa -, o então diretor desportivo Nuno Ribeiro e o seu 'adjunto' José Rodrigues.
João Rodrigues, Rui Vinhas, Ricardo Mestre, Samuel Caldeira, Daniel Mestre, José Neves, Ricardo Vilela, Joni Brandão, José Gonçalves e Jorge Magalhães são os ex-ciclistas da W52-FC Porto julgados por tráfico de substâncias e métodos proibidos, assim como Daniel Freitas, que representou a equipa de 2016 a 2018.