Otávio lembra episódio com Conceição: «Passei uma semana cego»

17 mar 2023, 15:55
Desp. Chaves-FC Porto (PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA)

O internacional português abordou a importância do técnico na sua carreira, admitiu que os dois «batem de frente» em alguns momentos e explicou o lado que mostra em campo, distinto do que apresenta fora dos relvados

A importância de Sérgio Conceição na sua carreira, o comportamento em campo e da opinião que os colegas de profissão têm de si. Estes foram alguns dos temas abordados por Otávio, além da escolha por representar a seleção nacional.

De resto, o médio de 28 anos teceu rasgados elogios ao treinador do FC Porto com quem já tinha trabalhado em Guimarães apesar de ter sofrido «muito nos primeiros tempos».

«Impressão de Conceição? Na verdade foi a mesma que tenho hoje... Aquele feitio dele, que o faz retirar o máximo de cada um. Ajudou-me muito, mas também sofri muito nos primeiros tempos com ele .Foi quem mais me ajudou até hoje e agradeço-lhe por isso, por extrair sempre o melhor de nós», referiu, em entrevista à Revista «Dragões», antes de partilhar uma história que viveu com o técnico.

«Há muitos, mas este é o mais engraçado e aquele sobre o qual ainda falamos hoje em dia. Quando ele chegou, eu tinha acabado de me lesionar, estava a recuperar, ele chamou-me ao gabinete e pergutou: "Achas que dá para jogares meia-hora ou 20 minutos?". Respondi que se ele quisesse eu estava pronto, mas quando saiu a convocatória eu nem sequer fazia parte (risos). Fiquei logo cego, mas ele é assim e é dessa forma que retira o máximo. Passei uma semana cego, mas a treinar no máximo como ele sempre pediu. Depois, tive as minhas oportunidades.»

Duas personalidades fortes, Otávio confessou que por vezes choca com Sérgio Conceição. «É normal. Ele tem a personalidade dele, eu tenho a minha, mas sempre o respeitei assim como à hierarquia. Ele comanda e eu só tenho de respeitar. Claro que també tenho as minhas opiniões, mas quem manda é ele. Já batemos de frente, mas isso é normal entre quem quer ganhar», admitiu.

O internacional português abordou também o feitio que mostra em campo, algo que está relacionado com as suas vivências desde tenra idade.

«Sempre fui assim. Fui criado a jogar no bairro, na terra, e tive sempre aquele lado provocador que faz parte do futebol. Hoje o pessoal leva isso para o lado errado. Quando ligo a televisão está toda a gente a falar do Otávio, que não leva amarelos e não sei quê... Se é assim, preparem-se, porque ainda vão ter de falar muito mais. Não vou mudar por falarem mal de mim e de algo que me fez chegar até aqui. Não vou parar. Falarem de mim é bom. É melhor do que não falarem», sublinhou.

Apesar de assumir «o lado provocador», Otávio fez questão de dissociar o que é em campo com o que é fora dele. 

«Há dias estava a falar com o Hernâni, que agora joga no Rio Ave, e ele disse: "Fogo, Baixinho, quem não te conhece acha que tu és mesmo f*****! Eles aqui perguntam-me se o Otávio também é assim fora de campo". Respondi-lhe que me transformo dentro do campo, fora sou outra pessoa. Quem me conhece sabe como sou e qual a minha índole. Às vezes, lá dentro reagimos a uma coisa ou outra e isso é normal para quem quer ganhar. Há coisas em que preciso de evoluir, é verdade, mas não é nada de agressivo como tanto falam», concluiu.

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