André Villas-Boas lembra que estas contas são ainda da responsabilidade do anterior Conselho de Administração
O FC Porto fechou as contas da temporada 2023/24 com um resultado negativo de 21,063 milhões de euros, segundo o relatório e contas enviado esta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Números negativos que contrastam com o saldo positivo de 35 milhões de euros apresentado pela anterior administração, liderada por Pinto da Costa, a 31 de dezembro de 2023, ainda relativas ao primeiro semestre.
Um relatório que abre com uma mensagem de André Villas-Boas a lembrar que este ciclo ainda é da «responsabilidade da anterior administração» e que o atual Conselho de Administração «apenas tomou posse a 28 de maio de 2024».
Contas que, segundo Villas-Boas, significam o fechar de um ciclo na SAD do clube. «Fruto de um ato eleitoral altamente participado pelos associados do clube, o FC Porto abre agora um renovado ciclo em que a sua sustentabilidade financeira, aliada ao sucesso desportivo serão uma prioridade», refere ainda o presidente do FC Porto.
Um relatório que, apesar dos números negativos, regista uma melhoria numa comparação com o período homólogo de 2023, mas não deixa de ser a segunda temporada que o FC Porto fecha no vermelho, já depois de ter apresentado números negativos no fecho das contas de 2022/23, neste caso com um prejuízo de 47,627 milhões de euros.
Apesar dos números negativos, o clube apresenta crescimento nas receitas de merchandising (10.964ME), bilheteira (11.855ME), nas provas da UEFA (65.032ME), direitos de transmissão televisiva (42.635ME) e publicidade (20.403ME).
O FC Porto regista, assim, um crescimento dos proveitos operacionais, com 174.499 milhões em 2023/24, superiores à época anterior (166.007ME), mas também regista um aumento dos custos operacionais, excluindo os passes dos jogadores, com um acréscimo de 10.419 milhões de euros, passando de 166 milhões em 2022/23 para mais de 176 milhões em 2023/24.
No que diz respeito à transação de jogadores, o clube apresenta um resultado positivo de 7.234 milhões de euros, face aos 24.187 milhões negativos do exercício anterior. Para estes números, o clube apresenta 70.775 milhões de euros em vendas, com a venda de Otávio ao Al Nassr, por 60 milhões, a preencher boa parte destas receitas.
Nas vendas foram ainda contabilizadas a venda de 50 por cento dos direitos desportivos de João Marcelo ao Cruzeiro (1,5ME), a saída de Tomás Esteves para o Pizza (1.1ME), mas também valores associados a variáveis alcançados por Luis Díaz no Liverpool (2ME).