Mourinho: «Espero que Lucílio Baptista tenha mais sorte do que Pedro Proença»

25 ago 2002, 21:56

Treinador do F.C. Porto surpreendeu ao antecipar o árbitro para o Bessa Mourinho surpreendeu quando desejou «melhor sorte» a Lucílio Baptista para o Bessa, quando o sorteio só se realiza na terça-feira.

José Mourinho entrou na sala de imprensa com o semblante carregado depois do empate (2-2) que o F.C. Porto consentiu nas Antas diante do Belenenses na jornada inaugural da I Liga. O treinador do F.C. Porto não quis entrar em explicações detalhadas para o mau arranque para a conquista do prometido título e apontou todas as baterias para a arbitragem de Pedro Proença, surpreendendo toda a gente quando desejou «melhor sorte» a Lucílio Baptista para a semana no Bessa, quando o sorteio para os jogos da 2ª jornada só se realiza na próxima terça-feira.

«Espero que o senhor Lucílio Baptista tenha mais sorte do que o senhor Pedro Proença teve esta tarde», foi esta frase que provocou um silêncio confragedor na sala de imprensa. Impunha-se uma justificação e ela chegou. «Já fui informado de que tudo se está a fazer nesse sentido, tendo em conta as condicionantes do sorteio. Ainda por cima, Lucílio Baptista é meu conterrâneo e essas coisas sabem-se, tal como eu já sabia que o Capucho ia poder jogar hoje e não no Bessa», explicou o técnico do F.C. Porto visivelmente agastado.

Mourinho disparou ainda na direcção do Belenenses, acusando a equipa de Marinho Peres de praticar anti-jogo e retirando-lhe qualquer mérito na conquista do inesperado ponto. «Não fizemos um jogo tão bom como esperávamos nem as muitas ausências justificam este resultado. Estou contente com a atitude dos meus jogadores, fomos a única equipa que mereceu ganhar. Uma equipa que passa apenas duas vezes a linha do meio-campo, por muito boa defesa que tenha, não merece conquistar pontos. A arbitragem foi simplesmente lamentável», prosseguiu.

O treinador do F.C. Porto elogiou a atitude dos seus jogadores que, segundo ele, só não ganharam porque o árbitro não deixou. «Empatámos quando devíamos ter ganho, ponto final. Não quero entrar em desculpas, mas a verdade é que o árbitro matou o jogo. Com uma sucessão de faltas e interrupções não nos deixou jogar», atirou.

Nestas condições, o resultado foi positivo. «Perante uma arbitragem como esta o empate é óptimo. O ano passado tivemos uma situação semelhante a esta num jogo com o Beira-Mar e perdemos. Ganhar um ponto nestas condições, é ganhar um ponto. Vamos tentar ganhar quando pudermos jogar os jogos pelo jogos, mas nestas situações empatar já é muito bom», acrescentou ainda.

«Fui expulso justamente pela exuberância dos meus gestos»

José Mourinho assistiu a quase todo o jogo de pé junto ao banco. Quase todo porque a vinte minutos do final recebeu ordem de expulsão. O técnico do F.C. Porto acatou a decisão de Pedro Proença de imediato e, na sala de imprensa, explicou-a, considerando-a justa. «Fui expulso justamente pela exuberância nos meus protestos. Não foi por palavras, nem por ofensas, foi pela exuberância dos meus protestos. Considero que foi uma decisão justa», explicou sem querer adiantar o que levou a tal exuberância. «Você viu o jogo ou chegou agora?», perguntou em jeito de resposta ao jornalista que lhe colocou a questão.

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